O filho, Carlos Bolsonaro, agrediu o ministro do STF, chamando-o de “bandido e doente mental”
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, afirmou que invadir ou estimular a invasão de hospitais, como fez Jair Bolsonaro, é crime e “o Ministério Público deve atuar imediatamente”.
“Invadir hospitais é crime – estimular também. O Ministério Público (a PGR e os MPs Estaduais) devem atuar imediatamente. É vergonhoso – para não dizer ridículo – que agentes públicos se prestem a alimentar teorias da conspiração, colocando em risco a saúde pública”, escreveu o ministro nas redes sociais.
Na quinta-feira (11), Bolsonaro falou para seus apoiadores arranjarem “uma maneira de entrar e filmar” os hospitais de campanha “para mostrar se os leitos estão ocupados ou não. Se os gastos são compatíveis ou não. Isso nos ajuda”.
O filho de Bolsonaro e vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro, agrediu o ministro e disse que só um “bandido ou doente mental para crer que o presidente estimulou a invasão a hospitais”.
Para ele, “o citado foi para que os cidadãos cumpram seu direito de fiscalizar os gastos públicos”.
Depois da fala de Jair Bolsonaro, o Hospital Ronaldo Gazolla, referência no tratamento da Covid-19, no Rio de Janeiro, foi invadido por um grupo que gritava que era mentira que os leitos estavam ocupados.
Uma mulher integrante do grupo chutou portas, derrubou computadores e até tentou invadir leitos de pacientes internados.
O mesmo aconteceu no Espírito Santo.
Um grupo de cinco deputados estaduais do Espírito Santo – Lorenzo Pazolini (Republicanos), Vandinho Leite (PSDB), Torino Marques (PSL), Danilo Bahiense (PSL) e Carlos Von (Avante) – invadiram o Hospital Dório Silva na última sexta-feira (12), localizado no município de Serra.
A Secretaria de Estado da Saúde capixaba emitiu nota repudiando a ação: “é inadmissível esse tipo de atitude, no momento em que o Espírito Santo, o país e o mundo enfrentam a mais grave crise de saúde em nossa geração. Mais grave é o fato de que essa atitude foi insuflada por uma declaração irresponsável do chefe da nação”.
Vereadores de Fortaleza tentaram, sem sucesso, acessar um hospital de campanha na capital cearense.