
O parlamentar suspendeu a greve de fome contra sua cassação que durou nove dias depois de um acordo com o presidente da Câmara, deputado Hugo Mota
O deputado Glauber Braga (Psol-RJ) precisou fazer nove dias de greve de fome para barrar, pelo menos por enquanto, o rolo compressor arquitetado por beneficiários das emendas secretas que queriam cassá-lo por suas denúncias do esquema irregular.
O pretexto usado para tirar seu mandato foi o fato do parlamentar ter expulsado um provocador do MBL de dentro da Câmara dos Deputados. Na ocasião, o integrante da MBL xingou a mãe de Braga e o deputado reagiu expulsando-o da Casa.
Vários parlamentares de diversos partidos manifestaram posição contra cassação de Glauber Braga. Entre eles estão integrantes de siglas como MDB; PSD; Republicanos; União Brasil; e até mesmo do PL, sigla de Jair Bolsonaro; e do PP, legenda à qual pertence o ex-presidente da Câmara Arthur Lira (AL), que o Psol acusa de estar por trás do pedido de cassação contra o mandato.
A decisão do deputado de suspender a greve de fome foi tomada após um acordo com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), sobre o andamento do processo que pode levar à cassação do mandato de Braga. Segundo Hugo Motta, o acordo foi debatido também com a mulher de Glauber, a deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP), e com o líder do PT, Lindbergh Farias (RJ). Participou também dos entendimentos a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.
“Garanto que, após a deliberação da CCJ, qualquer que seja ela, não submeteremos o caso do deputado ao Plenário da Câmara antes de 60 dias para que ele possa exercer a defesa do seu mandato parlamentar’, disse Hugo Motta ao anunciar o acordo.
Glauber agradeceu o apoio de movimentos sociais e disse que, apesar de suspender a greve de fome, continuará a “luta contra o Orçamento Secreto”. Em entrevista, o parlamentar disse que seguirá lutando contra as emendas secretas.
“Estou suspendendo essa greve de fome, mas não estamos suspendendo a luta contra o Orçamento Secreto. Não estamos suspendendo a luta contra o poder oligárquico, contra a responsabilização dos assassinos de Marielle, não estamos suspendendo a luta pela responsabilização dos golpistas de plantão, não estamos suspendendo o conjunto das nossas lutas”, afirmou o deputado.