O juiz federal Sergio Moro deu prazo de cinco dias para que o Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, diga quem visitou o engenheiro Glaucos da Costamarques durante sua internação, entre novembro e dezembro de 2015. Na segunda-feira (2), o juiz atendeu pedido da defesa do engenheiro, que afirma ter recebido uma visita do advogado Roberto Teixeira, amigo de Lula.
Na ocasião, o advogado teria informado que o aluguel do apartamento vizinho ao em que vive Lula, de propriedade do engenheiro, seria pago. Glaucos disse ainda que um depois da visita de Teixeira recebeu o contador João Muniz Leite, que atua com o advogado de Lula, encontro no qual diz ter assinado, de uma única vez, recibos da locação do apartamento entre fevereiro de 2011 e novembro de 2015.
Na terça-feira, 26/09, Glaucos da Costamarques reafirmou ao jornal “Estado de S. Paulo” que é ‘verdadeiro’ o depoimento que prestou ao juiz federal Sérgio Moro em 6 de setembro. No depoimento, Glaucos disse que não recebeu alugueis pelo apartamento 121, mas que declarou à Receita que houve pagamento. “Não recebi”, disse Glaucos.
A defesa de Lula apresentou recibos, mas eles trazem datas inexistentes, erros de português e não englobam todos os meses do período da locação.
Além do período de internação, Moro pede que o hospital informe se mantém registro dos visitantes do paciente, destacando se houve visitas de Teixeira e Leite. O engenheiro é réu ao lado de Lula em ação sobre esquema de corrupção envolvendo oito contratos entre a Odebrecht e a Petrobrás.
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), Costamarques é um “laranja” usado pela Odebrecht para a aquisição do apartamento. Ele é primo do pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de Lula, condenado por Moro a nove anos e dez meses de prisão.