
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou que a nova alta dos juros pelo Banco Central, presidido por Gabriel Galípolo, é “incompreensível”.
A ministra disse esperar pelo fim “dos juros estratosféricos” que estrangula a economia.
“No momento em que o país combina desaceleração da inflação e déficit primário zero, crescimento da economia e investimentos internacionais que refletem confiança, é incompreensível que o Copom aumente ainda mais a taxa básica de juros. O Brasil espera que este seja de fato o fim do ciclo dos juros estratosféricos”, escreveu Gleisi nas redes sociais.
Na quarta-feira (18), o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC elevou a taxa básica de juros da economia (Selic) de 14,75% para 15% ao ano. É o maior nível de alta em 20 anos. Isso faz com que o Brasil se torne o segundo em juro real (descontada a inflação) mais alto do planeta.
O mais novo aumento dos juros repercutiu negativamente entre empresários e trabalhadores.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) declarou em nota que a decisão do Banco Central é “injustificada” e que os “juros vão sufocar a economia”.
“Não lidávamos com um patamar tão alto desde 2006. A irracionalidade dos juros e da carga tributária já está sufocando a capacidade dos setores produtivos, que já lidam com um cenário conturbado e possibilidade de aumento de juros e custo de captação de crédito. É um contrassenso o Banco Central se manifestar contra o aumento do IOF enquanto decide aumentar a taxa de juros. Aonde se quer chegar?”, questiona Ricardo Alban, presidente da CNI.
Em nota assinada pelo presidente da Força Sindical, Miguel Torres, a entidade classificou a medida como “irresponsabilidade social” e alertou para os efeitos negativos sobre a produção nacional, o consumo das famílias e a geração de empregos.
O ex-presidente do Banco Central, Campos Neto, disse no blog de Andréia Sadi, do g1, que “teria feito a mesma coisa” que Galípolo e elevado a já absurda taxa de juros.