Já virou costume.
O juiz Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato na Justiça Federal de Curitiba, não estava passando férias em Portugal domingo (8) quando despachou no habeas corpus concedido a Lula pelo desembargador plantonista Rogério Favreto.
Petistas como a senadora Gleisi Hoffmann, e os deputados Wadih Damous e Paulo Pimenta, entre outros, alardearam que o juiz estava de férias, fora do país, mas se manifestou sobre o habeas corpus concedido. Pimenta e Damous postaram vídeos em redes sociais, divulgando a informação falsa que Sergio Moro interrompeu as “férias em Portugal” e ligou para a Polícia Federal para tentar derrubar a decisão de Favreto.
Gleisi fez o mesmo. Em discurso na tribuna do Senado, ela disse que o juiz “estava bebendo vinho e comendo bacalhau em Portugal” quando deu a ordem para não soltar Lula em “uma articulação safada” com a Polícia Federal.
Perguntado de onde tirou a informação de que Moro estava em Portugal, o líder da bancada do PT na Câmara, Paulo Pimenta (RS), desconversou: “Eu não tenho como informar, pois estava dentro da PF [no domingo]. Eu nem sabia que ele estava de férias”.
O magistrado informará ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que estava no Brasil. Segundo informou ao jornal “Valor”, por meio de sua assessoria de imprensa, Moro não viajou a Portugal neste mês, em que está de férias de 2 a 31 de julho.
Segundo o “Valor”, Moro indicará que as informações sobre sua suposta estada em Portugal foram divulgadas nas redes sociais pelo senador Roberto Requião (PMDB/PR).
Favreto, Moro e o relator da ação penal de Lula no tribunal, Gebran Neto, estão sendo investigados pelo CNJ em razão da confusão jurídica. O juiz, no entanto, em momento algum se negou a cumprir a decisão do desembargador petista. Apenas, diante de uma determinação absurda, fez uma consulta o presidente do tribunal e ao relator.