No julgamento de José Maria Marin, ex-presidente da CBF e outros dois ex-dirigentes nos EUA, uma testemunha da acusação afirmou que a Globo e o grupo mexicano Televisa pagaram 15 milhões de dólares em propina para um executivo da Fifa assegurar direitos midiáticos das Copas do Mundo de 2026 e 2030.
O argentino Alejandro Burzaco, ex-chefe da companhia de marketing esportivo Torneos y Competencias, testemunhou pelo segundo dia, acrescentando detalhes de que Televisa, Globo e Fox Sports estavam envolvidas nas propinas. Também estão sendo julgados Juan Ángel Napout, ex-presidente da Conmebol e da federação do Paraguai, e Manuel Burga, ex-presidente da federação peruana.
Burzaco disse a membros do júri que a Torneos, Televisa e Globo pagaram propina para Julio Humberto Grondona, um executivo da Fifa que morreu em 2014, e que a Torneos e a Fox Sports, eram parceiras em uma joint venture de marketing esportivo, a T&T Sports Marketing Ltd.
No testemunho foram descritas propinas para dirigentes em troca de direitos midiáticos no futebol internacional, incluindo pagamentos regulares chegando a dezenas de milhões de dólares para direitos da Copa América e Copa Libertadores.
Jorge Delhon, advogado argentino que trabalhava para o programa “Fútbol para Todos”, do canal estatal argentino, cometeu suicídio na noite de terça-feira (14), horas após Burzaco afirmar que ele recebeu propinas.
Além disso, Burzaco destacou que Marin, Napout e Burga receberam propina nestas negociações. Nas declarações de abertura na segunda-feira (13), os advogados dos ex-dirigentes negaram recebimento de propinas. As três companhias midiáticas após citadas também negaram pagamento de propina.