Logo após a destituição do líder do Zimbábue, Robert Mugabe, tomou posse o chefe da articulação golpista, Emmerson Mnangagwa, que no seu pronunciamento de posse se apressou a assegurar que o governo do país recompensará os elementos brancos de origem britânica responsáveis pela colonização e instalação do apartheid na antiga Rodésia do Sul.
Durante o governo de Mugabe, em 2000, atendendo a manifestações populares foram devolvidas terras usurpadas aos seus donos historicamente legítimos. Após realizar a mais ampla reforma agrária africana, o Zimbábue foi alvo de bloqueio e sanções econômicas.
Agora, Manangagwa diz que vai se aproximar do FMI, e que, além de afirmar que vai pagar tributo aos colonizadores, quer “atrair o investimento estrangeiro”. Disse que “no Zimbábue todos os investimentos estrangeiros estão seguros”, numa referência indireta às intenções de Mugabe de nacionalizar as empresas e minas de diamantes, ouro e outras pedras preciosas do país, o quarto maior produtor de diamantes do mundo.
Em troca desse meneios e agrados, que chamou de “novo começo”, pediu que fossem levantadas as sanções ao país.
Revelando uma hipocrisia – seguramente de acordo com seu apelido de crocodilo – ao tempo em que assumia, negando as conquistas e iniciativas de Mugabe, o aclamava como “pai fundador da nação”. E foi mais além: “Para mim, pessoalmente, ele é um mentor, pai, camarada em armas e meu líder”. Para quem lhe deu um golpe…
Também foi instituído o dia de nascimento de Mugabe, o 21 de fevereiro como feriado nacional.