Para ele, a reação forte da sociedade aos atos terroristas de 8 de janeiro foi “um passo a mais, um amadurecimento da consolidação da nossa democracia”
O governador Renato Casagrande (PSB) afirmou neste domingo (15), em entrevista ao Correio Braziliense, que “os golpistas ficaram isolados” e que os atentados do dia 8 de janeiro tiveram como consequência a “unificação de forças antagônicas em torno do valor da democracia brasileira”.
Casagrande participou, na segunda-feira (9), da reunião no Palácio do Planalto em que o presidente Lula recebeu representantes dos governos de todas as 27 unidades da Federação, em uma demonstração de união da República contra os ataques terroristas do dia 8. Além dos governadores, estiveram presentes também os representantes do Poder Legislativo e do Judiciário.
“Foi uma reunião com muitos símbolos, forte, com todos os Poderes, com todos os estados presentes, todas as instituições, foi uma reação necessária aos atos violentos que essas instituições sofreram no domingo. Era preciso uma reunião forte, que pudesse demonstrar à população brasileira a unidade das instituições e o trabalho que nós temos que fazer juntos, independentemente das nossas posições políticas, para defender as instituições brasileiras”, disse Casagrande.
O governador destacou que “lideranças de diversos partidos, juntas, com o mesmo objetivo de condenar os atos terroristas que destruíram fisicamente sedes de Poderes, mas que, na verdade, foi um ataque forte à democracia brasileira. Os golpistas ficaram isolados por terem ultrapassado a faixa da razoabilidade, e ficaram enfraquecidos, enquanto as instituições se fortaleceram com esse movimento e com essa resposta que foi dada de domingo para segunda-feira”.
Casagrande avaliou a reação como “um passo a mais, um amadurecimento da consolidação da nossa democracia”. “No golpe de 1964, nossa democracia não sustentou a pressão sobre as instituições. Neste ano, as instituições envergaram, mas não quebraram. Conseguiram resistir aos ataques que estão sofrendo há algum tempo e conseguiram passar por este momento mais duro, que foram os atos de domingo passado”, afirmou.
O governador defendeu a unidade em defesa da democracia. “Agora, reunir diferentes pensamentos políticos, de diferentes práticas políticas, lideranças que apoiaram o ex-presidente Bolsonaro, que apoiaram o presidente Lula, que deram apoio a outros candidatos, todos no mesmo ambiente para lutar por uma bandeira única é uma demonstração clara de que a democracia une as pessoas, e é isso que precisa nortear nosso trabalho”, argumentou.
Perguntado que mensagem daria para os moradores de seu estado, ele respondeu: “Orai e vigiai (passagem bíblica do Livro de Mateus 26:41)! Vamos orar para que tudo possa correr bem, mas vamos vigiar, porque a democracia exige vigilância permanente”.
“Nós não podemos achar que está tudo resolvido. Temos que ficar com nosso nível de inteligência monitorando qualquer manifestação que tenha a prática da violência, a intenção de não aceitar resultado eleitoral, que tenha espírito golpista. Temos que ficar vigilante e acionar sempre que necessário a Justiça, e controlar para que nenhum espírito autoritário possa se sobrepor à nossa força democrática”, completou o governador.