Os foragidos, que depredaram as sedes dos Três Poderes, deixaram o Brasil após quebrar a tornozeleira eletrônica que estavam usando por determinação da Justiça
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes mandou prender condenados pelos ataques golpistas de 8 de janeiro que estavam com medidas cautelares e fugiram do país. A decisão foi tomada após ao menos dez deles terem deixado o país ilegalmente. Todos foram incluídos em lista da Interpol.
Os foragidos deixaram o Brasil após quebrar a tornozeleira eletrônica que estavam usando por determinação da Justiça. Entre as novas ordens de prisão, estão a da empresária Fátima Aparecida Pleti, 61, de Bauru (interior de São Paulo), e a do corretor de seguros Gilberto Ackermann, 50, de Balneário Camboriú (SC). Os dois estão na Argentina. Ambos foram condenados por tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do estado democrático de direito.
A PGR (Procuradoria-Geral da República) pediu que Ackermann e outros sete foragidos fossem incluídos na lista de difusão vermelha da Interpol. Já Moraes expediu nesta quinta-feira (16) o mandado para prender o corretor de seguros. O militante bolsonarista estava entre os organizadores da invasão dos Três Poderes no 8 de janeiro.
“O término do julgamento […] e o fundado receio de fuga do réu, como vem ocorrendo reiteradamente em situações análogas nas condenações […] autorizam a substituição das medidas cautelares […] pela prisão preventiva para garantia efetiva da aplicação da lei penal e da decisão condenatória desse Supremo Tribunal Federal”, afirmou Moraes.
Fátima Pleti também recebeu ordem de prisão de Moraes. Ela quebrou a tornozeleira em 26 de março. Sua defesa afirmou que não comentaria a ordem de prisão. “Observo que a ré insiste em desrespeitar as medidas cautelares impostas nestes autos e referendadas pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal, revelando seu completo desprezo por esta Suprema Corte e pelo Poder Judiciário”, disse o magistrado.
Outras três pessoas que também fugiram do Brasil estão na lista. Elas são Letícia Santos Lima, de Taubaté (SP), Kathy Le Thi dos Santos e o marido, Esdras Jônatas dos Santos, de Belo Horizonte (MG). A primeira estava entre as mais de mil pessoas presas após os ataques de 8 de janeiro e é ré pelo caso. Em 4 de março, sua tornozeleira eletrônica parou de funcionar e ela fugiu para o exterior.
Já os dois últimos fugiram logo após as invasões golpistas, conforme ordem de prisão expedida nesta quinta. Foram para os Estados Unidos, segundo a Polícia Federal. O documento diz que os foragidos “não só arregimentaram manifestantes, como também organizaram e financiaram o deslocamento dos manifestantes para os atos antidemocráticos ocorridos em 8/1/2023”.