Governador da Califórnia rechaça tentativa de Trump de taxar filmes: “100% estúpida”

“Luz, câmera, emprego”, enfatiza Newson (Site do governador da Califórnia)

Para Gavin Newsom, “tais ações causariam danos irreparáveis à indústria cinematográfica”. Solução é a expansão dos créditos fiscais, como vem sendo feito em seu Estado, defende

O governador da Califórnia, Gavin Newsom, aponta por duas vezes as ações de Trump que tem classificado de “estúpidas”. A primeira dleas foi, ao final de setembro, que ameaçou de impor uma tarifa de 100% sobre filmes produzidos fora dos Estados Unidos como resposta à crise em que se vê mergulhado o setor. Reagindo as declarações no mesmo percentual, Newson qualificou a proposta como “100% estúpida”.

Voltando à carga contra a Califórnia, Trump disse que o governador era “fraco e incompetente” e que seu Estado teria sido “particularmente afetado” pela transferência da produção cinematográfica para outros países, sem debater as contribuições que a Califórnia vem dando para virar o jogo.

Diante das provocações de Trump, foi a vez da assessoria de imprensa de Newsom esclarecer que o equívoco partiu do governo federal, pois houve uma queda no preço das ações dos estúdios após o governo federal ter apresentado a proposta de tarifas em maio. “O governador tentou explicar isso a Trump meses atrás – quando a proposta foi feita inicialmente – que suas ações causariam danos irreparáveis ​​à indústria cinematográfica americana. A medida de hoje é 100% estúpida”, reiterou. 

“Quase como se soubéssemos o que estamos fazendo. Quase como se Donald Trump absolutamente não soubesse”, acrescentou o governador, que pressiona pela expansão de créditos fiscais da Califórnia, que teve seu financiamento anual ampliado de US$ 330 milhões para US$ 750 milhões. Desde que a expansão entrou em vigor, a Comissão de Cinema da Califórnia aponta que as inscrições aumentaram 400% na primeira rodada de créditos disponibilizados. 

Newsom integra uma ampla gama de democratas que se soma em defesa da indústria cinematográfica, sublinhando a necessita de um crédito fiscal nacional dos EUA para a produção.

“Apoio veementemente o retorno da produção cinematográfica à Califórnia e o Congresso dos EUA deve aprovar um incentivo federal bipartidário e globalmente competitivo para o setor, a fim de trazer de volta a produção e os empregos, em vez de impor uma tarifa que poderia ter consequências indesejadas e prejudiciais”, sintetizou o senador Adam Schiff. Segundo o senador pela Califórnia, “temos a oportunidade de aprovar um importante crédito tributário federal para o cinema. Estou pronto para trabalhar com esta administração e meus colegas de ambos os partidos para que isso aconteça”. 

A deputada Laura Friedman disse “se sentir aliviada por Trump reconhecer que estamos perdendo um produto americano emblemático: a indústria cinematográfica e televisiva nacional”. No entanto, alertou, esta tarifa de 100% sobre filmes estrangeiros somente “aumentará os custos para os consumidores”. “Como representante de quase todos os grandes produtores de Hollywood e ex-produtora de cinema, sei o que funcionará sem prejudicar os consumidores: um crédito fiscal nacional para filmes. Está funcionando na Califórnia e funcionará em todo o país”, sintetizou.

Friedman assinala que seria importante o governo federal se juntar ao governo do estado na busca de uma solução real “que nivele o campo de atuação com a concorrência internacional”. “Continuarei a me reunir com legisladores, sindicatos e líderes da indústria para tornar realidade um crédito fiscal nacional para filmes. Milhares de empregos nos EUA e a economia de Los Angeles dependem disso”, concluiu.

Newson voltou a criticar o governo trumpista, ao final de outubro, por ausentar os EUA dos debates sobre proteção ambiental que se realizam no Brasil, a denominada COP30: “É uma guerra ideológica em nível federal [na questão ambiental]. São interesses, siga o dinheiro. Estamos dobrando a aposta na estupidez nos EUA”, postou.

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