“A intolerância e o fanatismo nunca devem ser tolerados em nossas escolas ou qualquer outro lugar em Wisconsin”, afirma o governador eleito do Estado, Tony Evers, ao condenar a atitude dos 60 estudantes de Baraboo por sua saudação nazista à porta da escola.
Diante da repercussão negativa da foto dos secundaristas formandos da Escola de Baraboo, que comemoraram o término do ciclo com uma saudação nazista em conjunto (dos 60 alunos, 59 acataram a ‘ideia’ de um dos pais), a superintendente da escola, Lori Mueller, afirmou – em carta aos pais – que “a direção escolar está investigando a situação e trabalha com os pais e as autoridades locais. Se o gesto é o que parece ser, a direção vai buscar todas as ações apropriadas e possíveis, incluindo as legais, para tratar da questão”.
No entanto, não se sabe ainda sob que pressões, a mesma diretora, Mueller, em mudança radical, disse, uma semana depois, que, pela foto, “não se pode dizer o que vai no coração dos alunos” e que estes estariam protegidos pelo “direito de livre expressão assegurado pela Primeira Emenda Constitucional dos Estados Unidos”.
Prevendo a possibilidade deste recuo e da não punição dos que – com a repetição do gesto nazista – se compraziam em elogiar seus crimes hediondos, os diretores do Museu e Memorial de Auschwitz declararam: “Esperemos apenas que a proteção ao direito de liberdade de expressão não se torne uma desculpa muito fácil para pais, professores, comunidade e educadores não fazerem nada diante desta dolorosa expressão pública manifesta na forma odiosa desta saudação nazista”. Acrescentam ainda que “este acontecimento mostra que a educação que trabalhamos todos os dias é justificada. Aqui, ao lado das câmaras de gás precisamos explicar o perigo do soerguimento desta odiosa ideologia”.
O senador democrata eleito pela região, Jon Erpenbach, foi outro que não aceitou a desculpa de “liberdade de expressão para a afinidade com o nazismo” e declarou que os alunos devem estar se inspirando em Trump e suas tiradas racistas e xenófobas e acrescentou que “não há espaço no mundo para algo deste tipo e nem deveria haver para o que assistimos vindo da Casa Branca. Para esta intolerância e racismo nunca deve haver espaço, nunca deveria ter havido, nunca haverá”.
Não é a primeira vez que estudantes da Escola Secundarista de Baraboo são acusados de usar símbolos racistas execrados. Em 2012, estudantes dirigiram caminhões pela cidade conduzindo bandeiras dos Confederados (que defendiam a continuidade da escravidão dos negros nos Estados Unidos) e que hoje são usadas em atos de racistas, segregacionistas, supremacistas brancos.