Os governadores dos Estados que compõem a chamada Amazônia Legal (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e Maranhão) denunciaram o aumento acelerado do desmatamento na região nos últimos meses. Durante o 18º Fórum de Governadores, realizado em Palmas, Tocantins, na sexta-feira (2), eles também defenderam os dados de desmate produzidos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
“Os governadores manifestam firmemente a preocupação com o avanço do desmatamento ilegal na Amazônia Legal e ratificam o compromisso institucional de buscar mecanismos reais que garantam o desenvolvimento sustentável da região”, diz o documento publicado ao final do encontro.
As declarações dos governadores ocorreram horas antes do diretor do Inpe, Ricardo Galvão, ser exonerado do cargo por Bolsonaro.
Durante o evento, os governadores, especialmente Flávio Dino (PCdoB), do Maranhão, e Hélder Barbalho (MDB), do Pará, defenderam a veracidade dos dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que apontam aumento desenfreado do desmatamento na região amazônica, chamados, por Bolsonaro, de “mentirosos”.
“É claro que tudo pode ser questionado, porém de modo embasado. Nós não podemos pegar um dado científico e questionar apenas ideologicamente”, disse Dino.
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Helder Barbalho disse que o monitoramento realizado pelos próprios Estados também identificou o crescimento na área desmatada. “É importante registrar, até para que não se haja de maneira desleal, de que não é algo que tenha se iniciado neste governo, mas fato é que os últimos meses demonstram um avanço considerável, acima da média dos últimos anos. E isto reforça-se pela medição dos Estados”, disse Barbalho.
No encontro, os governadores formularam o Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Legal para defesa em bloco das pautas comuns.
Um dos principais pontos debatidos foi o Fundo Amazônia, projeto que tem como principais doadores a Noruega e a Alemanha e que tem como objetivo ações de preservação, monitoramento e combate ao desmatamento.
Assinaram a Carta de Palmas os governadores do Tocantins, Mauro Carlesse; do Pará, Helder Barbalho; do Mato Grosso, Mauro Mendes; do Amapá, Waldez Goés; do Amazonas, Wilson Miranda; de Roraima, Antônio Olivério e do Maranhão, Flávio Dino.
O secretário de Desenvolvimento Ambiental de Rondônia, Elias Rezende de Oliveira, e o vice-governador do Acre, major Rocha, representaram seus Estados.
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Parte do desmatamento em determinadas regiões da Amazônia, deve-se tb ao avanço da Pecuária e ao plantio da soja em grandes áreas de latifundiários, visto que o pequeno Produtor Rural desmate pouco se comparado, com grandes áreas destinadas a Pecuária e soja. Concomitante vem os exploradores de madeira. Juntando -se aos desmatamentos temos os problemas fundiários q se arrastam ao longo dos anos, sem uma real definição: a quem compete a Titularidade dessas áreas, se ao Governo Federal ou Estados? Com isso surge a agravante que se estende até aos Irmãos Indígenas, que em sua maioria não têm como provar se realmente são os legítimos proprietários das terras, deixando à mercê dos exploradores de madeira nobres, algumas já em extinção, como o mogno, cedro, jatobá, sucupira, açaí e tantos outros cultivares, consideradas madeiras de lei.