Os governadores dos estados do Nordeste alertaram que as privatizações anunciadas pelo governo federal, entre elas a dos Correios e da Eletrobrás, podem trazer um “retrocesso à integração regional”.
“Os governadores dos nove estados do Nordeste se manifestam preocupados com o anúncio feito pela imprensa de privatização de empresas estatais, tendo dado especial atenção aos Correios e Eletrobrás. Sem estudos técnicos aprofundados e a necessária compreensão de todos os impactos, tais vendas poderão trazer consequências negativas para a soberania nacional e um possível retrocesso à integração regional”, diz a carta dos governadores aprovada na reunião.
O encontro do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável do Nordeste aconteceu na quarta-feira (21) em Teresina.
Estavam presentes os governadores da Bahia (Rui Costa), do Ceará (Camilo Santana), do Maranhão (Flávio Dino), da Paraíba (João Azevedo), do Piauí (Wellington Dias), do Rio Grande do Norte (Fátima Bezerra) e do Sergipe (Belivaldo Chagas), além dos vice-governadores do Alagoas (Luciano Barbosa) e de Pernambuco (Luciana Santos).
Entre as principais medidas anunciadas pelo grupo estão a assinatura do “Contrato de Programa”, que deve possibilitar o compartilhamento, entre os estados, de equipamentos e insumos obtidos através das compras coletivas; acelerar o caminho das compras públicas coletivas até o final do mês de agosto e a organização de um documento unificado e detalhado de uma reforma tributária para o Brasil.
O governador do Piauí, Wellington Dias, afirmou que a reunião do grupo acontece num momento muito importante tanto para o Brasil como para a região Nordeste, uma união de esforços que cria o mapa das oportunidades de investimentos. “Esse projeto nos ajuda em apresentações dentro do Brasil, como será amanhã no Fórum ABIDB de Infraestrutura Regional, e também nas oportunidades internacionais”, declarou.
Wellington Dias afirmou que os governadores nordestinos irão em busca de investimentos para projetos da região, nas áreas de infraestrutura e energia.
O governador do Maranhão afirmou que a posição do grupo é “em nome de 13 milhões de desempregados” e de uma economia que “vai caminhar para a queda do PIB [Produto Interno Bruto] pelo sexto ano seguido”. “Queremos mostrar que não confundimos diferenças com uma polarização irracional que atrapalha o país”, disse.
Os governadores criaram um grupo de trabalho para acelerar a realização de compras coletivas de equipamentos e insumos da área da saúde, dentre outros, para conseguir preços mais baixos no mercado. A primeira compra coletiva deverá ocorrer até o final deste mês.