Governo acelera dependência do país

Foto: Marcelo Casal - Agência Brasil

Importação aumenta em maio. Foram emitidas 433 licenças aos atravessadores, 12 vezes mais do que a média do primeiro trimestre

Nos últimos meses, o governo Bolsonaro aumentou expressivamente o número de licenças concedidas para empresas comprarem diesel no exterior, segundo um levantamento feito pelo Estadão. Em abril, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) emitiu 305 licenças de importação. No mês seguinte, foram 433 – 12 vezes mais do que a média do primeiro trimestre, de 36 licenças mensais.

Hoje, o Brasil produz mais de 70% do diesel que consome. O restante vem de importações. A importação de diesel se concentra nas mãos do grupo Ipiranga,  Raízen – uma fachada da multinacional inglesa Shell – e da Vibra (antiga BR Distribuidora da Petrobrás) controlada pelos fundos Samambaia Master Fundo, Dynamo, BlackRock, Inc e GIG.

Essas três empresas, que detêm 81,5% das licenças para compra no exterior, são as mais beneficiadas pela política do governo que atrela os preços internos dos combustíveis à cotação do dólar e aos preços internacionais do barril do petróleo, somados aos custos do importador, chamada de PPI (Paridade de Preço de Importação), e, por isso, fazem lobby e pressão para que os combustíveis no Brasil continuem dolarizados.

Enquanto isso, sem estratégia para  aumentar a capacidade de refino de petróleo no Brasil, o governo divulgou ontem (27) que irá acelerar a venda das refinarias da Petrobrás. A direção da estatal informou que vai reiniciar os processos de venda das refinarias Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco; Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná; e Alberto Pasqualini (Refap), no Rio Grande do Sul, além dos ativos logísticos integrados a essas refinarias.

No campo do refino, o governo Bolsonaro já privatizou as refinarias Landulpho Alves, na Bahia, para o fundo árabe Mubadala; Isaac Sabá, no Amazonas, para o grupo Atem;  Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (Lubnor), para Grepar Participações; e a Unidade de Industrialização do Xisto (SIX), no Paraná, para a canadense Forbes & Manhattan Resources Inc.

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