IPCA tem a maior alta para o mês de outubro desde 2002 e eleva o índice para 10,67%. Em doze meses, gasolina sobe 42,72%; o etanol 67,41% e o diesel 41,34%. O preço do botijão de gás dispara 37,86% e a energia elétrica 30,27%
A política de Bolsonaro aproxima o Brasil do caos, com a inflação oficial do país atingindo, mais uma vez, variação recorde em outubro. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) divulgado na manhã desta quarta-feira (10) pelo IBGE registrou aceleração de 1,25% no mês passado, após aumento de 1,16% em setembro. A taxa de outubro é a maior para o período desde 2002 e eleva o índice de 12 meses para 10,67%, acima dos 10,25% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.
Sem nenhuma surpresa – já que a disparada dos preços é consequência da política econômica destrambelhada de Bolsonaro e Guedes – a principal pressão veio do preço dos combustíveis. Todos eles acumulam variação de mais de 40% em 12 meses, com destaque para a gasolina, que apenas em outubro subiu 3,10%. Esta foi a sexta alta consecutiva nos preços do combustível, que acumula inflação de 38,29% no ano e de 42,72% em 12 meses.
“A alta da gasolina está relacionada aos reajustes sucessivos que têm sido aplicados no preço do combustível, nas refinarias, pela Petrobrás”, afirmou o gerente do IPCA, Pedro Kislanov.
Ainda que seja decisão do governo e da direção da Petrobrás adotar a política de paridade com preços internacionais para reajuste do preço dos combustíveis e ao dólar, o governo continua se esquivando da responsabilidade pelo aumento da gasolina e do diesel. No início desta semana, Bolsonaro disse que a culpa não é do governo que a gasolina esteja custando R$ 7 nas bombas e disse, mais uma vez, que o problema está na adição dos impostos estaduais. Para tentar conter a paralisação dos caminhoneiros pela redução no preço do diesel ofereceu um vale de 400 reais que não pagam nem 100 litro e menos ainda enche um tanque, o que foi rechaçado pela categoria.
Já o etanol teve a variação mais expressiva no acumulado dos últimos 12 meses: 67,41% de aumento. O óleo diesel acumula inflação de 41,34% e o gás veicular de 39,58%.
Alimentos, energia e gás pressionam famílias
Em um cenário de desemprego, informalidade crescendo e corte das políticas assistenciais, o custo dos alimentos, da luz e do gás voltaram a assombrar as famílias brasileiras.
A energia elétrica voltou a subir em outubro (1,16%) após variação de 6,47% em setembro, acumulando alta de 30,27% em 12 meses. Diante da incompetência de lidar com um ano de baixo abastecimento das hidrelétricas, Bolsonaro tem regularmente lançado tarifas extras para a conta de luz, pressionando as rendas e promovendo um racionamento forçado de energia.
O preço do gás de cozinha também se mantém escandaloso, à medida que tem forçado as famílias mais pobres a voltarem a cozinhar a lenha. De acordo com o IPCA, o preço do botijão de gás subiu 3,67% em outubro, a 17ª alta consecutiva gás de botijão (3,67%), em sua 17ª alta consecutiva, uma elevação de 44,77% desde junho de 2020, já acumulando 37,86% em 12 meses.
Item de grande peso no IPCA pelo peso que tem na fração do consumo das famílias brasileiras, o grupo Alimentos e Bebidas também não deu trégua, com inflação de 1,17% no mês passado. Entre os alimentos, os destaques de alta no mês foram o tomate (26,01%) e a batata-inglesa (16,01%), o café moído (4,57%), o frango em pedaços (4,34%), o queijo (3,06%) e o frango inteiro (2,80%).
Em doze meses, se destaca o aumento no preço do frango em pedaços: 33,28%. Com a disparada no preço das carnes vermelhas, aumentou a procura por pescoço e pé de frango que também estão mais caros.