Em plena pandemia do coronavírus e da ameaça de recessão mundial, o governo Bolsonaro acelerou o processo de venda da totalidade de participação de 51% da Petrobrás na Gaspetro. Os outros 49% foram entregues à japonesa Mitsui em 2015, no governo Dilma Rousseff.
O anúncio foi feito pela direção da Petrobrás na segunda-feira (4/5), quando a direção da estatal abriu “a fase de análise e habilitação de potenciais compradores”, fase que se estenderá até o próximo dia 15 de maio, com a assistência do Goldman Sachs como seu assessor financeiro exclusivo para o processo de entrega de mais um patrimônio do povo brasileiro.
Via de regra, como tem acontecido na maior das privatizações, especialmente de estatais estratégicas, a privatização da companhia deve ocorrer com a entrega da empresa ao capital estrangeiro. O acordo de acionistas da subsidiária prevê direito de preferência à japonesa Mitsui, que já possui as ações restantes.
A Gaspetro é uma empresa holding que tem participação societária em diversas companhias distribuidoras de gás natural no Brasil, em cujas composições de capital também se faz presente o investimento de muitas empresas estaduais.
Sua alienação significa colocar um bem sucedido monopólio estatal do gás, construído com o dinheiro do povo brasileiro, nas mãos de particulares, de preferência estrangeiros, transferindo o domínio da distribuição do gás natural e a segurança energética desse bem estratégico.
O lucro da Gaspetro no ano de 2019 foi de R$ 333.820 milhões, 23% maior do que o já expressivo lucro de 2018, no valor de R$ 271.492 milhões. O patrimônio líquido é de R$ 2.155.092 bilhões. A boa rentabilidade em 2019 ficou em 15,5%.
Criada em maio de 1998, a Gaspetro é uma sociedade com participação em 19 distribuidoras de gás natural no país. Possui sede no Rio de Janeiro e tem como objetivo desempenhar as atividades de comercialização, importação, exportação, armazenamento e distribuições de gás natural.
Em 2019, o volume total de gás distribuído foi de 29 milhões de metros cúbicos por dia, atendendo cerca de 500 mil clientes por meio de uma rede de distribuição de mais de 10 mil quilômetros de gasodutos.