
Membros do governo Bolsonaro têm admitido para os governadores que não há embasamento científico na proposta de “isolamento vertical”, defendida pelo presidente, para prevenir o coronavírus.
Jair Bolsonaro fez discurso em rede nacional defendendo que apenas aqueles que pertencem ao grupo de risco devem ficar em isolamento. Se “o grupo de risco é o das pessoas acima dos 60 anos. Então, por que fechar escolas?”, disse.
O secretário especial do Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos da Costa, teve que admitir, depois de ser confrontado por autoridades estaduais, que o isolamento vertical “é um princípio” do governo federal e que não há indícios científicos de que a medida seria efetiva.
Ele apresentou um slide com as medidas propostas por Jair Bolsonaro, mas nada de dados sobre a propagação do coronavírus caso a medida venha a ser aplicada.
Bolsonaro também começou a campanha “o Brasil não pode parar” e instigou seus apoiadores a fazer carreatas anti-quarentena.
O prefeito de Milão, Giuseppe Sala, pediu desculpas publicamente por ter começado o movimento #MilãoNãoPara, com as mesmas reivindicações das carreatas bolsonaristas. Mais de 5.400 pessoas morreram só na cidade.
No Brasil, já foram confirmados mais de 3.904 casos e 114 mortes.
A “ideia” de Bolsonaro confronta as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS), que usa a experiência chinesa e os estudos sobre a doença para argumentar que somente os serviços essenciais devem ser mantidos abertos.