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Lula e Alckmin estavam presentes na solenidade. Embraer foi uma das empresas que receberam incentivos. Metalúrgicos de S. J. dos Campos lamentaram ausência de solução para crise da Avibrás
No evento que marca um ano do programa Nova Indústria Brasil (NIB), com a presença do presidente Lula e do ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin., o Governo Federal lançou, nesta quarta-feira (12), as metas da Missão 6, da Nova Indústria, focada em tecnologias estratégicas para a soberania e defesa nacionais. Com investimentos públicos e privados de R$ 112,9 bilhões até 2026, a missão busca ampliar o domínio brasileiro em áreas como radares, satélites e foguetes.
Do total de investimentos, R$ 79,8 bilhões virão de recursos públicos e R$ 33,1 bilhões do setor privado. A Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) também participa investindo em projetos estratégicos, como o reator multipropósito brasileiro e o foguete de decolagem para veículos hipersônicos, com R$ 4,2 bilhões já investidos e previsão de mais R$ 331 milhões. O BNDES e o Banco do Brasil já apoiaram as exportações do setor com mais de R$ 23,75 bilhões, e o BNDES projeta mais R$ 20 bilhões em apoio até 2026.
Entre as empresas e projetos beneficiados no programa anunciado está a Embraer, que já recebeu financiamentos bilionários vindos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para suas exportações. No próprio evento, a Finep e BNDES assinaram o financiamento do plano estratégico de inovação da Embraer, avaliado em R$ 331 milhões.
Em 2024, o Brasil exportou US$ 1,8 bilhão em produtos de defesa, aumento de 22% em relação a 2023. No ano anterior, as exportações haviam somado US$ 1,5 bilhão, um crescimento expressivo de 123% em comparação a 2022. De acordo com o Ministro da Defesa, José Múcio, até 2026, o objetivo é alcançar 55% de domínio das tecnologias essenciais à defesa e à soberania, como radares, satélites e foguetes. Esses equipamentos são, atualmente, empregados nos projetos estratégicos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.
A expectativa é de que o índice chegue ao patamar de 75% até 2033, o que vai permitir autonomia na condução de projetos de pesquisa e desenvolvimento de interesse da defesa. As projeções foram feitas durante evento de lançamento da missão 6 do Programa Nova Indústria Brasil (NIB), iniciativa do governo federal que destina recursos públicos e privados para impulsionar o desenvolvimento industrial.
A ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, discursou na solenidade depois de assinar o programa de parceria com a Embraer no valor de R$ 331 milhões, e defendeu que o país crie condições para que os satélites que irão para o espaço para constituir o sistema de comunicação e defesa do país possam ser lançados da Base de Alcântara, no Maranhão. Ela destacou o empenho do presidente Lula para que esses projetos fossem viabilizados.
A solenidade contou com a presença do Comandante da Marinha, Almirante de Esquadra Marcos Sampaio Olsen; do Secretário-Geral do Ministério da Defesa, Luiz Henrique Pochyly da Costa; do Secretário de Pessoal, Saúde, Desporto e Projetos Sociais, do Ministério da Defesa, Idervânio da Silva Costa; e da Secretária Adjunta da Secretaria de Produtos de Defesa, Juliana Ribeiro Larenas.
O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos lamentou a ausência da Avibrás nos anúncios feitos pelo governo durante a solenidade. A Avibrás, empresa de ponta na produção de mísseis e lançadores de foguetes, passa por recuperação judicial, está há 22 meses sem pagar salário e com a produção parada. No final de janeiro, a direção da empresa anunciou que está mantendo tratativas avançadas com a empresa saudita Black Storm Military Industries, que já assinou contrato de intenção de compra da Avibrás. O sindicato defende que o governo intervenha para impedir a desnacionalização da empresa.