O novo presidente argentino, Alberto Fernández, anunciou na segunda-feira, 16, a desdolarização e o congelamento das tarifas de luz, água e gás por 180 dias, um bônus de 5 mil pesos (uns 340 reais) para todos os aposentados, que se pagará ainda nesta semana, e acertou com as câmaras farmacêuticas rebaixar 8% e congelar os preços dos medicamentos.
Adiantou que os aumentos que o ex-presidente Mauricio Macri havia deixado já programados para depois das eleições ficarão sem efeito e que até o próximo 30 de junho será avaliado um novo quadro tarifário que sirva a um modelo produtivo e não mais ao atual, que beneficia só às empresas produtoras de energia, quase todas multinacionais.
Tomou outras medidas chaves como revisar o imposto às exportações das grandes empresas rurais, que foi minimizado pela administração de Mauricio Macri, permitindo também que pagassem nas datas que desejassem, o que enriqueceu ainda mais esse setor em detrimento da população.
Fernández participou pessoalmente do lançamento do “Plano Estratégico Automotor com Acordo Social e Produtivo” na sede do Sindicato de Mecânicos e Afins do Transporte Automotor (SMATA) em Buenos Aires. A proposta dos setores da indústria automotriz inclui “um acordo social e produtivo com visão para 2030”.
“Vamos debater para que o Estado ajude este plano ambicioso que queremos que seja um plano da Argentina, de todos os setores”, ressaltou o presidente e valorizou que o projeto “tenha saído da iniciativa deste sector, dos que trabalham e dos empresários”.
O acordo foi elaborado de forma conjunta pelo sindicato de mecânicos e a União Obreira Metalúrgica (UOM) com a ADEFA (Associação de Fábricas de Automotores), as câmaras de produtores de autopeças (AFAC) e a Associação de Concessionárias de Automotores (ACARA).
“Este encontro sintetiza o que estamos propondo”, disse o presidente e destacou: “O caminho é este que vocês têm apontado, pôr-se de acordo os que produzem, os que investem e os que trabalham”. “Deram o pontapé inicial do novo contrato social argentino”, resumiu e afirmou que “vamos trilhar o caminho do crescimento e o desenvolvimento, com direitos e salários justos”.
“É um acordo de consensos mínimos para garantir um fluxo de investimentos que permita aumentar a produção e encarar as transformações necessárias de médio prazo, a partir dos desafios que colocam as novas tecnologias”, explicou o gerente da AFAC, Juan Cantarella.