Mais 605 são liberados para deixar Faixa de Gaza, mas os 34 brasileiros estão fora da lista pela quinta vez
O governo de Israel deixou, pela quinta vez seguida, todos os brasileiros fora da lista de estrangeiros que podem atravessar a passagem de Rafah para sair da Faixa de Gaza.
A 5ª lista, que engloba os nomes de 605 pessoas, foi divulgada na terça-feira (7). Ao todo, 2.831 estrangeiros foram liberados por Israel para sair de Gaza.
Os 34 brasileiros, porém, terão que esperar.
Eles já estão a poucos quilômetros da passagem de Rafah, mas o local tem sido bombardeado por Israel.
O governo brasileiro foi informado que seus cidadãos poderão, talvez, sair na quarta-feira (8).
Celso Amorim, assessor para Assuntos Internacionais da Presidência da República, indicou que a demora para liberar os brasileiros pode ser uma forma de retaliação à posição do Brasil em defesa de um cessar-fogo e contra o massacre de palestinos.
“Já faz muito tempo que estamos oferecendo essas listas. Há mais de 10 dias que todos têm as listas. Não há razão para os brasileiros ainda não terem saído de lá”, falou o ex-chanceler.
“Simplesmente foram dando prioridade a outros países”, disse.
Na nova lista aparecem cidadãos da Alemanha, França, Reino Unido, Ucrânia, Canadá, Filipinas, Moldávia e Romênia. Muitos cidadãos dos Estados Unidos também puderam atravessar a fronteira.
Segundo a jornalista Daniela Lima, da GloboNews, a diplomacia brasileira “subiu o tom” nas conversas com Israel para conseguir a liberação dos 34 brasileiros presos em Gaza.
“A nova rodada de negociação envolve o chanceler Mauro Vieira, o assessor especial Celso Amorim e o próprio presidente Lula”, informou a colunista.
Os brasileiros que estão na Faixa de Gaza relatam a dificuldade para conseguir alimentos, água e remédios.
Dyana Abo Salem, brasileira que está em Gaza com o marido, Hasan Rabee, e as duas filhas, falou que a família “está desesperada para viajar. Dia a dia esperamos os [nossos] nomes nas listas”.
“Os bombardeios não param. Todo dia fica mais violento, infelizmente”, relatou.