O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) vai enviar a Rondônia um efetivo da Força Nacional. Os agentes federativos, que chegarão ao Estado nos próximos dias, vão atuar em apoio ao governo local, com o objetivo de conter a onda de ataques criminosos registrados nos últimos dias, na capital, Porto Velho, e em ao menos mais uma cidade, Mirante da Serra.
De acordo com a portaria nº 853/2025, publicada nesta terça-feira (14), que autoriza o envio da tropa, o efetivo vai atuar por 90 dias. De acordo com o comandante da Força Nacional, Major Willian, aproximadamente 60 agentes já estão em Porto Velho, e o restante deve chegar em breve. O pedido foi realizado pelo Governo de Rondônia, após uma série de ataques a policiais e ao transporte público nas cidades do estado.
As ações violentas resultaram na interrupção da circulação de ônibus na capital nesta terça-feira, após veículos serem incendiados. Temendo pela integridade de motoristas, cobradores e dos usuários, rodoviários decidiram recolher os ônibus logo nas primeiras horas da manhã. Os incidentes levaram o prefeito de Porto Velho, Léo Moraes, a pedir ao governo estadual que reforce a segurança pública na cidade para garantir a ordem e o funcionamento do transporte público.
No ofício enviado ontem ao governador Marcos Rocha e ao secretário estadual da Segurança, Defesa e Cidadania, Felipe Bernardo Vital, o prefeito responsabiliza a “recente onda de ataques” a facções criminosas. Recentemente, ao menos três ônibus foram incendiados em Porto Velho, além de um ônibus e um caminhão em Mirante da Serra, que fica a aproximadamente 390 quilômetros da capital.
As autoridades locais avaliam que os ataques e as ameaças a trabalhadores são uma reação à Operação Aliança Pela Vida, Moradia Segura, cuja primeira fase foi deflagrada no fim de 2024. Focada em conjuntos habitacionais dominados por organizações criminosas, a operação resultou na retomada de cerca de 70 apartamentos invadidos por bandidos que expulsaram os moradores, além da apreensão de drogas e armas.
“A facção [criminosa] obtém lucro não apenas com a venda de drogas, mas também com roubos e com venda e aluguéis desses imóveis”, explica o comandante do 9º Batalhão, tenente-coronel Ewerson Pontes, em nota divulgada pela Polícia Militar.
Na noite do último domingo (12), poucos dias após a PM deflagrar a primeira fase da operação, criminosos mataram a tiros o cabo Fábio Martins, do Batalhão de Polícia Ambiental. Já no dia seguinte, a corporação desencadeou a segunda fase da Operação Aliança Pela Vida, Moradia Segura, no conjunto habitacional Orgulho do Madeira. Localizado na zona Leste da capital de Rondônia, a área, dominada pelo Comando Vermelho, abriga cerca de 15 mil pessoas em apartamentos entregues pelo governo.
A PM admitiu, em nota, que mobilizou mais de 200 policiais em uma “resposta enérgica do Estado ao crime que vitimou o cabo Fábio Martins”. Durante a ação, quatro prisões foram efetuadas e uma pessoa foi morta ao resistir à prisão, segundo PM.
Segundo a PM, os ataques são retaliações às operações contra crimes no residencial Orgulho do Madeira, localizada na zona Leste da capital de Rondônia, área dominada pelo Comando Vermelho. No local, vivem cerca de 15 mil pessoas em apartamentos entregues pelo governo.