“É o assunto mais importante da educação brasileira hoje”, afirmou o deputado do Podemos-BA. “Em 2019 o Fundeb movimentou R$ 150 bi. Ele financiou 60% da educação básica no Brasil e 40% de todo o valor da educação brasileira”
O deputado federal Bacelar (Pode-BA) afirmou que “o Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) é o assunto mais importante da educação brasileira hoje”, mas “o governo Bolsonaro deu as costas. Não fosse a Câmara e o Senado, não teria discussão”.
“Em 2019 o Fundeb movimentou R$ 150 bi. Ele financiou 60% da educação básica no Brasil e 40% de todo o valor da educação brasileira”, afirmou o deputado. O atual Fundeb vai só até o fim do ano, mas o Congresso Nacional já discute a aprovação de um novo que seja permanente e aumente a participação da União.
“Foi ele que garantiu as melhorias salariais. Ele é um instrumento de justiça, de combate às desigualdades educacionais. Não é do governo federal, que, inclusive, destina muito pouco recurso para ele. De R$ 150 bilhões, o governo entrou com 10%”.
“Sem o Fundeb, nós destruiríamos diversas redes de ensino no Brasil, que não teriam condições de caminhar”, disse o deputado durante a live “Expresso 65”, com o diretor da União Nacional dos Estudantes (UNE), Guilherme Bianco.
Guilherme enfatizou que “o ponto central para desenvolver a Educação no Brasil é melhorar o financiamento”. “Aqui na minha cidade, Araraquara (SP), praticamente toda a folha de pagamento dos professores é a partir do Fundeb. Certamente, sem ele a qualidade seria muito mais baixa”, apontou o pré-candidato a vereador no município.
Para o Bacelar, “qualquer um” seria melhor ministro da Educação “do que Abraham Weintraub, que queria destruir tudo o que temos”, mas que o problema maior é Jair Bolsonaro. “O presidente é o Bolsonaro, pode ter o ministro que tiver. Ele não valoriza a educação, tem uma visão errada dela”.
“Bolsonaro é a destruição do que fizemos a duras penas. Ele está destruindo tudo, a começar pela Educação. Temos mais de 5 mil secretários de Educação e nenhum recebeu uma orientação federal” sobre como atuar durante a pandemia.
O deputado avalia que a educação será uma das áreas mais afetadas pela pandemia de coronavírus. “O filho do rico está tendo a aula virtual. Em más condições, mas está tendo. Tem computador em casa, tem internet. Agora, imagine o filho do trabalhador. As pesquisas mostram que 40% dos alunos de escola pública não têm computador em casa, e quando tem pode ser antigo ou o acesso ser via celular”.
“Vai haver uma evasão muito grande”, alertou. “Vai aumentar o trabalho infantil porque caiu a renda do pai e da mãe. Essa criança também deixou de receber a alimentação escolar. Muitas vezes, é a única refeição que a criança tinha”.
“Tudo indica que teremos um prejuízo entre 7% e 20% no volume de recursos para a educação no pós-pandemia. Estamos colocando em risco a alfabetização de uma geração. As crianças correm um risco grave de não se alfabetizarem ou de se alfabetizarem tardiamente”.
Bacelar se contrapôs à ideia de que o Brasil não tem dinheiro e que gasta muito com Educação. “O problema fiscal do Brasil é uma falácia. Gastamos por ano R$ 1 trilhão de juros. O governo tem dinheiro, sim. Só gasta mal”.
O Brasil terá que passar dos US$ 3,8 mil gastos anualmente por aluno para pelo menos US$ 5 mil para ter um ensino de qualidade, alegou.
Para Guilherme Bianco, “o governo federal tem dado um jeito para pagar tudo”, como desembolsando R$ 1,2 trilhão para salvar os bancos da crise, “mas alega que tem um problema para aprovar o Fundeb por causa do aumento de 10 para 20%”.
Os dois concordaram com a necessidade de fazer uma frente ampla para derrotar Bolsonaro. “Eu gostaria que o país não precisasse de uma frente ampla, porque significa um recuo no programa, mas no momento é uma exigência”, afirmou Bacelar.
“Nós precisamos derrotar Bolsonaro, e só faremos isso unidos. Quem for a favor da democracia tem que se unir contra o Bolsonaro”, completou.
P. B.