A pesquisa mostrou que 69% dos brasileiros acreditam que há corrupção no governo de Jair Bolsonaro, enquanto apenas 23% dizem que não há, aponta o Instituto Datafolha.
Bolsonaro está estagnado em segundo lugar na disputa presidencial, enquanto Lula conseguiu aumentar sua vantagem em dois pontos, chegando a 47% das intenções de voto no primeiro turno.
Apesar de Bolsonaro dizer que em seu governo não existe corrupção, quase 70% da população não acredita. Vários seus ministros tiveram que sair do governo, a contragosto de Bolsonaro, envolvidos em escândalos de corrupção.
Ele chegou a interferir na Polícia Federal para proteger a própria família e seus aliados.
A percepção de que o governo Bolsonaro é corrupto é predominante entre os estudantes, dos quais 87% avaliam que há corrupção, entre os jovens de 16 a 24 anos, com 79%, e entre as pessoas com renda familiar de até dois salários mínimos, com 73%. 93% dos que reprovam o governo Bolsonaro acreditam que ele é corrupto.
Somente 23% dos brasileiros não vêem corrupção no governo, enquanto 8% não souberam responder.
A pesquisa Datafolha foi feita entre os dias 20 e 22 de setembro, ouvindo 6.754 pessoas em 343 municípios.
Jair Bolsonaro já falou diversas vezes que seu governo acabou com a corrupção, e por isso ele acabou com a Operação Lava Jato. Mas ele não convence.
Até agora, Bolsonaro não explicou como ou por que sua família comprou 51 imóveis usando dinheiro vivo, totalizando R$ 25,6 milhões em valores atualizados.
Ele também não consegue explicar os depoimentos que confirmam a existência de um esquema de rachadinha em seu gabinete, quando era deputado federal, e no dos filhos. Quando questionado sobre o sigilo de 100 anos que impôs sobre diversos temas sensíveis e com suspeita de corrupção, Bolsonaro falou que era para proteger sua privacidade.
Já foram descobertos esquemas de corrupção no Ministério da Saúde, especialmente no superfaturamento de vacinas e no pedido de US$ 1 de propina por cada dose contratada, e no Ministério da Educação, levando à queda do ex-ministro Milton Ribeiro.
Ribeiro foi gravado admitindo que, por um “pedido especial” de Jair Bolsonaro, estava enviando dinheiro do Ministério para os municípios apontados pelos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura. Os pastores tinham combinado o pagamento de propina junto a prefeitos.
Há ainda o orçamento secreto, para o qual Jair Bolsonaro garantiu R$ 19 bilhões em 2023, que serve para compra de votos no Congresso Nacional e distribuição sem fiscalização de recursos por todo o país.