57% do eleitorado brasileiro considera o trabalho de Jair Bolsonaro ruim ou péssimo e apenas 24% apoiam, diz Poder Data. Sabotagem à vacinação infantil, descaso com chuvas e desastre econômico são causas da rejeição
Pesquisa PoderData realizada nesta semana (2 a 4 de janeiro) mostra que na avaliação do governo como um todo a maioria dos brasileiros reprovou a administração Bolsonaro. 61% dos brasileiros reprovam o governo e apenas 31% aprovam. Os que não sabem eram 7%, agora são 8%.
A reprovação à gestão Bolsonaro oscilou 2 pontos para baixo em duas semanas; a aprovação foi 1 para cima. As duas variações estão na margem de erro.
Bolsonaro começou o ano novo com 57% do eleitorado brasileiro considerando o trabalho de Jair Bolsonaro à frente do governo ruim ou péssimo e apenas 24% achando seu trabalho “bom” ou “ótimo”.
Os números mostram que se mantém estável a avaliação negativa. A taxa “ruim/péssimo” é a mesma registrada 15 dias antes. A “bom/ótimo” oscilou 1 ponto para cima, variação dentro da margem de erro de 2 pontos percentuais da pesquisa.
Neste período foi oficializado o programa Auxílio Brasil de R$ 400, que, ao aumentar o valor do antigo Bolsa Família, poderia ter melhorado a imagem do governo, mas, em sentido contrário, houve a insistência de Bolsonaro em tirar férias e deixar de apoiar as populações desabrigadas de Minas Gerais e Bahia que sofrearam com as inundações e temporais que atingiram a região.
No médio prazo, as curvas indicam que a avaliação do trabalho pessoal de Bolsonaro segue estável em patamar desfavorável ao presidente desde meados do 1º semestre de 2021. Naquele ano, Bolsonaro sofreu queda de popularidade de janeiro a março, quando o Brasil registrava aumento de mortes diárias pela 2ª onda da covid-19. A partir daí, a taxa de ruim/péssimo do presidente passou a oscilar na faixa de 54%-63%; a de bom/ótimo, de 27%-38%.
Entre as mulheres a rejeição a Bolsonaro chega a 59%. Nordeste ela chega a 70% da população. Só 20% da população aprova o governo. Entre os que têm nível superior a rejeição a Bolsonaro chega a 68%. Entre os que ganham até 2 salários mínimos a rejeição a Bolsonaro é de 61%.
A tendência é que a sabotagem à vacinação das crianças neste início de ano – Bolsonaro e o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, são contra a imunização das criança – continue a desgastar a imagem do governo, principalmente coma ameaça que representa o surgimento da variante Ômicron, que está se espalhando rapidamente. Bolsonaro também está em queda por conta do desastre de sua política econômica. A explosão inflacionária, o desemprego, os juros altos e a perda de renda têm desgastado bastante o governo.
A pesquisa foi realizada por meio de ligações para telefones celulares e fixos. Foram 3.000 entrevistas em 501 municípios nas 27 unidades da Federação de 2 a 4 de janeiro de 2021.