O governo brasileiro condenou a decisão de Israel de tornar o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, “persona non grata” e disse que esse ato atrapalha os esforços de paz.
Israel, que quer liberdade para assassinar palestinos e libaneses, disse que Guterres “não merece pisar em solo israelense” porque não está endossando os atos terroristas do país.
O Itamaraty divulgou uma nota dizendo que “lamenta e condena a decisão do governo de Israel, anunciada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Israel Katz, de declarar o secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, como “persona non grata”.
“Tal ato prejudica fortemente os esforços da Organização das Nações Unidas em favor de um cessar-fogo imediato no Oriente Médio, da libertação imediata e incondicional de todos os reféns e de um processo que permita a concretização da solução de dois Estados, com um Estado da Palestina independente e viável convivendo lado a lado com Israel, em paz e segurança, dentro das fronteiras de 1967, o que inclui a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, tendo Jerusalém Oriental como sua capital”, continua o documento.
“O ataque do governo de Israel a uma Organização que foi constituída para salvar a humanidade do flagelo e atrocidades da II Guerra Mundial e para proteger os direitos humanos fundamentais e a dignidade da pessoa humana não contribui para a paz e o bem-estar das populações israelense e palestina e afasta a região de uma solução pacífica”, assinalou o governo federal.
“Ao manifestar sua solidariedade ao Secretário-Geral António Guterres, o Brasil reafirma a importância das Nações Unidas, notadamente de sua Assembleia Geral e de seu Conselho de Segurança, nos esforços pelo cessar-fogo e por uma solução de dois Estados”, completou.
O presidente Lula também foi declarado “persona non grata” por Israel após criticar o genocídio que o país está realizando na Faixa de Gaza, comparando aos atos nazistas.
O ministro da Saúde do Líbano, Firas Alabiad, informou, na quinta-feira (3), que Israel já assassinou quase 2 mil libaneses desde outubro de 2023. “Quem deu a Israel o direito de ser, ao mesmo tempo, juiz e executor?”, questionou em coletiva.
Ao discursar na Assembleia Geral da ONU, no dia 27 de agosto, o ditador israelense, Benjamin Netanyahu, discursou num plenário esvaziado devido ao protesto de várias nações contra o genocídio que seu governo está praticando no Líbano, na Faixa de Gaza e na Cisjordânia.
O Brasil aderiu ao boicote feito por boa parte das delegações na ONU contra o discurso do genocida na Assembleia Geral. O representante brasileiro deixou o plenário antes de o premiê israelense começar a falar. Assim que Netanyahu encerrou seu discurso, o membro da delegação brasileira retornou ao plenário.
Nas ruas de Nova York houve protestos contra a sua presença nos EUA.
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