Assassinatos do governo israelense contra palestinos “constituem graves violações do direito internacional humanitário”, diz nota do Itamaraty
O governo brasileiro condenou o ataque realizado por Israel, na quinta-feira (6), contra uma escola da Agência da ONU na Palestina (UNRWA) que deixou 40 mortos, a maioria crianças e mulheres.
Uma nota divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil diz que os ataques de Israel contra civis “constituem graves violações do direito internacional humanitário”.
“Ao renovar o firme compromisso com o valioso trabalho da UNRWA junto aos refugiados palestinos, o governo brasileiro reitera que ataques a populações e infraestruturas civis, em descumprimento aos princípios da distinção e proporcionalidade, constituem graves violações do direito internacional humanitário. Não há justificativa para ataques militares contra instalações da ONU. Da mesma forma, áreas densamente povoadas devem ser poupadas”.
A escola fica em Nuseirat, na região central da Faixa de Gaza, e abrigava mais de 6 mil palestinos que deixaram suas casas por conta dos ataques realizados por Israel contra as regiões civis.
Dos 40 mortos, 14 eram crianças e nove eram mulheres.
“O governo brasileiro condena, nos mais fortes termos, o ataque israelense realizado na manhã de hoje, 6/6, à escola da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA) no campo de refugiados de Nuseirat, no centro da Faixa de Gaza, deixando ao menos 40 mortos e dezenas de feridos”, diz a nota.
O Itamaraty fez um apelo para que haja engajamento “em conversações que permitam cessar-fogo imediato e duradouro”.
Na nota, o governo brasileiro expressou seu mais “absoluto repúdio ao emprego indiscriminado da força militar contra a população civil”.
Uma decisão da Corte Internacional de Justiça (CIJ) já determinou que Israel pare o genocídio que está cometendo na Faixa de Gaza, mas a ditadura de Natanyahu ignorou a determinação.
De acordo com Philippe Lazzarini, comissário-geral da UNRWA, Israel já atacou mais de 180 instalações da Agência em Gaza, resultando na morte de 450 pessoas, enquanto outras 1.476 ficaram feridas. 192 trabalhadores da ONU foram mortos por Israel desde outubro de 2023.
Ao todo, Israel matou mais de 36 mil palestinos.
O governo brasileiro assinou uma declaração com outros 16 países apoiando “totalmente o movimento rumo a um cessar-fogo e a um acordo de libertação de reféns”.
O documento também tem o apoio dos Estados Unidos, Argentina, Áustria, Bulgária, Canadá, Colômbia, Dinamarca, França, Alemanha, Polônia, Portugal, Romênia, Sérvia, Espanha, Tailândia e Reino Unido.