
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil convocou o representante dos Negócios dos Estados Unidos, Gabriel Escobar, para prestar esclarecimentos acerca do documento da Embaixada do país que defende o ex-presidente Jair Bolsonaro e ataca a Justiça brasileira.
Esse ato é considerado um dos mais incisivos na diplomacia.
Uma nota da Embaixada dos Estados Unidos chama de “perseguição” o processo contra Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado. As provas e depoimentos obtidos pela investigação mostram que o ex-presidente liderou um grupo que queria instalar uma ditadura.
“A perseguição política a Jair Bolsonaro, seus familiares e apoiadores é uma vergonha e está muito aquém da dignidade das tradições democráticas do Brasil”, diz a nota afrontosa aos assuntos internos do Brasil.
O posicionamento da Embaixada vem na esteira da ofensiva de Trump contra a Justiça brasileira. O presidente dos EUA fez publicações nas redes sociais defendendo Jair Bolsonaro e atacando o Supremo Tribunal Federal (STF).
A Embaixada dos EUA no Brasil disse que “a declaração do Presidente é clara, e nós a ecoamos. Estaremos observando atentamente”.
O presidente Lula respondeu publicamente que o Brasil não aceitará “interferência ou tutela de quem quer que seja”.
“A defesa da democracia no Brasil é um tema que compete aos brasileiros. Somos um país soberano. Não aceitamos interferência ou tutela de quem quer que seja. Possuímos instituições sólidas e independentes. Ninguém está acima da lei. Sobretudo, os que atentam contra a liberdade e o Estado de Direito”, publicou Lula.
Nesta quarta-feira (9), Trump enviou uma carta para o governo brasileiro anunciando taxas de 50% sobre todos os produtos do Brasil e dizendo que isso ocorre exatamente por conta do processo em que Jair é réu.
Trump ainda ameaçou subir em mais 50% as taxas caso o Brasil responda taxando os produtos dos EUA.