Tudo para garantir os R$ 19,4 bilhões do corrupto orçamento secreto e favorecer seus aliados no ano que vem
Jair Bolsonaro cortou 97% das verbas para reformas de escolas, compra de ônibus escolares e formação de professores, mas aumentou para R$ 19,4 bilhões o dinheiro que deverá ser reservado para o orçamento secreto em 2023.
No Orçamento de 2023, produzido e apresentado pelo governo Bolsonaro ao Congresso Nacional, há dinheiro para a compra de apenas um ônibus escolar e poucos projetos nas escolas.
A verba para obras em escolas cairá de R$ 119,1 milhões, em 2022, para R$ 3,45 milhões, em 2023, representando um corte de 97%.
Esse dinheiro é o que Bolsonaro quer dar para todo tipo de reforma, expansão e adequação de escolas, assim como para a compra de mobiliários e equipamentos. Segundo o jornal O Globo, o dinheiro é suficiente para apenas quatro projetos.
O Orçamento do governo também prevê um corte de 95% no dinheiro que deveria ser usado para a compra de ônibus escolares. Sobrará apenas R$ 425 mil, suficiente para apenas um ônibus.
Além disso, Bolsonaro pretende cortar 95% do dinheiro para capacitação de professores e 56% daquilo que deveria ir para a Educação de Jovens e Adultos (EJA).
No caso da capacitação de professores, o Orçamento para 2023 prevê uma queda de R$ 136,9 milhões, em 2022, para R$ 6,4 milhões, em 2023. Apenas três projetos poderiam ser realizados com tão pouco dinheiro.
Para a Educação de Jovens e Adultos (EJA), o Planalto quer uma diminuição de R$ 38,18 milhões, em 2022, para R$ 16,8 milhões, em 2023. Isso seria um corte de 56%.
Está previsto ainda um corte de 95% no “Desenvolvimento da Educação Básica”, que financia projetos educacionais e a compra de material escolar. O valor cairia de R$ 664,5 milhões para R$ 29,1, segundo a proposta do governo.
Todos esses cortes foram propostos por Jair no mesmo orçamento que aumenta em R$ 2,9 bilhões o dinheiro para as emendas de relator, conhecidas como orçamento secreto. Ele quer entregar para os parlamentares da base aliada R$ 19,4 bilhões no próximo ano.
Esse dinheiro, usado na compra de votos em projetos importantes para o governo, tem seu destino escolhido pelos deputados e senadores aliados ao governo, sem nenhum critério técnico, mas seguindo apenas os interesses pessoais do parlamentar.