A transnacional mineira canadense Gold Reserve certificou que no Arco Mineiro, faixa que se estende de leste a oeste pelo centro do território venezuelano, se encontra a quarta maior mina de ouro do mundo. O ministro de Comunicação e Informação, Jorge Rodríguez, citou o certificado em coletiva de imprensa e confirmou ainda a assinatura de um convenio pelo qual a multinacional ficará com 45% dos lucros que gere a mina, enquanto o Estado obteria os 55% restantes.
Rodríguez, que se apresentou junto ao ministro de Desenvolvimento Mineiro Ecológico, Víctor Cano, disse que a jazida tem reservas de 1.480 toneladas de ouro, e deve gerar o “dobro do que produz a Venezuela por conta do ouro”.
Porém, o professor, pesquisador e integrante da Plataforma Cidadã em Defesa da Constituição da Venezuela, Edgardo Lander, disse que a euforia do governo com a descoberta é além de suspeita, injustificável. Em diálogo com a Radio Fe e Alegria Notícias denunciou que a Gold Reserve estará autorizada a extrair e vender o ouro venezuelano no estrangeiro sem ter que passar pelo Banco Central da Venezuela, e que poderá deixar os lucros fora do país em contas offshore.
Lander advertiu que esse convênio, que durará 40 anos, gerará graves riscos para a economia e o meio ambiente. Lembrou que, como se fosse pouco, a multinacional estará isenta de pagar o Imposto ao Valor Agregado (IVA), impostos municipais e outros.
Lander assegurou que o governo está tomando decisões em secredo sobre pontos estratégicos sem nenhum tipo de debate na sociedade, e que por essa razão tiveram que recorrer a fontes externas para obter informação.