“É inexplicável que o Conselho da ONU não tenha autoridade moral e política de fazer com que Israel se sente numa mesa para conversar”, lamentou o presidente em entrevista
O presidente Lula condenou, nesta terça-feira (1º de outubro), no México, o comportamento do ditador israelense, Benjamin Netanyahu, que ordenou a invasão do Líbano depois de bombardear o país matando mais de 1,5 mil libaneses. O governo está organizando o repatriamento de brasileiros que vivem no país atacado.
A estimativa do Itamaraty é que 20 mil brasileiros vivam no Líbano. No ano passado, o governo fez uma grande de operação de retirada de brasileiros na Faixa de Gaza, após o início do conflito, em 7 de outubro. Centenas de milhares de pessoas foram obrigadas a abandonar suas casas após os bombardeios ordenados por Netanyahu.
Respondendo a um jornalista sobre a operação de retirada do brasileiros, ele disse que “é importante”. “Nós vamos fazer isso em todo o lugar que for preciso”, afirmou. “Agora, o que eu lamento é o comportamento do governo de Israel. Sinceramente, é inexplicável que o Conselho da ONU não tenha autoridade moral e política de fazer com que Israel se sente numa mesa para conversar, ao invés de só saber matar”, denunciou Lula.
O representante brasileiro tem sido uma das principais vozes internacionais contra as ações criminosas de Benjamin Netanyahu, mas o tom voltou a subir nesta terça com os ataques ao Líbano. Até esta manhã, cerca de 3.000 brasileiros que moram no Líbano já pediram ajuda para deixar o país diante da escalada de violência na região, segundo informações do governo do Brasil.
Na semana passada dois jovens brasileiros, uma menina de 16 anos e um menino de 15, foram assassinados pelas tropas de Netanyahu. Myrna Raef Nasser, a menina de 16 anos, estava em casa junto com o pai quando a ditadura israelense bombardeou o local. Os dois morreram nos escombros das explosões. Myrna planejava voltar ao Brasil para visitar a família ainda este ano, segundo o tio da jovem, Ali Bu Khaled.
Um vídeo que circula na internet mostra o momento em que a casa da brasileira é bombardeada no Líbano. A jovem e o pai dela, Raef Nasser, de 46 anos, morreram no local. Na gravação, é possível ver o momento em que a casa é atingida em um ataque aéreo. Uma foto também mostra o antes e depois do local. Nas imagens, é possível perceber que o imóvel foi totalmente destruído após o bombardeio.
O jovem brasileiro assassinado pelas tropas israelenses chamava-se Ali Kamal Abdallah (15 anos) e seu pai, Kamal Hussein Abdallah (64 anos), era um libanês que tinha nacionalidade paraguaia.
Os dois morreram vítimas de um foguete que atingiu a cidade de Kelya lançado pelo regime de Israel. É importante destacar que o fascista Netanyahu, chefe do regime de apartheid de Israel, continua sua agressão ao Líbano, provocando 1,5 mil mortes, após devastar a Faixa de Gaza e matar mais de 41 mil palestinos.
Em seu pronunciamento na Assembleia Geral das Nações Unidas, Lula disse que o Brasil avalia apresentar proposta de convocação de uma conferência de revisão da carta da ONU com base no seu artigo 109. “Cada país pode ter sua visão quanto ao modelo de reforma da governança global ideal. Mas precisamos todos concordar quanto ao fato de que a reforma é fundamental e urgente”, disse o presidente.