Enquanto o governo federal não consegue estabelecer um cronograma de vacinação contra a Covid-19, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), vem levando à frente o plano paulista de vacinação. Durante a manhã desta quarta-feira (6), o governo se reuniu com os 645 prefeitos eleitos para o mandato 2021-2024 para detalhar a primeira fase da vacinação.
Entre os temas apresentados está o Plano Estadual de Imunização. No entanto, a vacinação ainda esbarra na falta de registro do imunizante CoronaVac pela Anvisa.
A previsão do governo de São Paulo é a de que os documentos sejam entregues à Anvisa nesta quinta-feira (7), quando também devem ser divulgados os resultados dos testes feitos no país.
De acordo com o secretário de Saúde, Jean Gorinchteyn, está mantido o cronograma para vacinar 9 milhões de pessoas entre os dias 25 de janeiro e 28 de março. Nessa primeira fase serão vacinadas pessoas a partir de 60 anos, indígenas, quilombolas e trabalhadores da saúde.
O governo informou que a vacinação irá ocorrer de segunda a sexta, das 7h às 22h, e de 7h às 17h aos sábados, domingos e feriados. E, além dos 5.200 postos de vacinação já existentes nas cidades do estado, será aplicada em outros 10 mil locais, como escolas, quartéis da PM, estações de trem, terminais de ônibus, farmácias e sistema drive-thru.
O secretário não apresentou os dados finais da vacina e citou números divulgados anteriormente, como a capacidade da vacina de produzir resposta imune em 97% dos casos, conforme publicação científica.
Nas falas de Doria, houve cobranças de obediência às determinações de restrições, como fechamentos de comércios.
“Não é cabível, num estado como São Paulo, temos poucas exceções, menos de 20, de prefeitos e prefeitas, que não seguiram as orientações do governo de protegerem a vida de seus munícipes e/ou dos visitantes de seus municípios, sob qualquer alegação. Não há qualquer alegação maior que a vida”, disse ele.
O governador afirmou que o ano será difícil, uma vez que o estado vive uma segunda onda, assim como o país e muitos outros países do mundo.
“Tenho que fazer um alerta e um apelo. Alerta é a circunstância de segunda onda da Covid-19, que chegou ao Brasil e mundo. Não tínhamos essa expectativa até outubro, mas São Paulo, Brasil e 215 países lamentavelmente estão vivendo a segunda onda deste vírus”, afirmou o governador.
Após desobediência de prefeitos às regras do Plano SP, houve cobrança e ameaça de punições a quem descumprir as determinações do comitê de saúde.
“Vamos priorizar aqueles que seguem o Plano São Paulo. Aqueles que forem irresponsáveis irão para o fim da fila nos atendimentos”, disse Marco Vinholi, secretário de Desenvolvimento Regional.
A maioria do Estado de São Paulo está na fase amarela do Plano São Paulo, após um breve período na fase vermelha durante os feriados de fim de ano. A única região que não voltou para a classificação com menos restrições é a de Presidente Prudente, que segue na fase vermelha.
Dentre outras regras, a fase amarela permite o funcionamento de academias, restaurantes, salões de beleza, barbearias e outros estabelecimentos com até 40% da capacidade e por 10 horas diárias, com fechamento às 22 horas. O comércio pode funcionar por 12 horas, enquanto a venda de bebidas alcoólicas em bares, restaurantes e lojas de conveniência está vetada depois das 20 horas.
O Estado de São Paulo registrou 47.222 óbitos e 1.486.551 casos confirmados do novo coronavírus até as 16h50 de terça-feira (5), segundo balanço mais recente da Secretaria Estadual da Saúde. A taxa de ocupação de leitos de UTI é de 62,3% no Estado, média que é de 65,3% na Grande São Paulo.
Até as 12 horas de terça-feira, havia um total de 11.945 pacientes internados com suspeita ou confirmação da doença, dos quais 6.770 em leitos de enfermaria e outros 5.175 na UTI.