A greve dos motoristas e cobradores na capital paulista, prevista para esta terça-feira (20), foi suspensa após avanço nas negociações do sindicato da categoria (Sindmotoristas) com representantes do governo João Dória (PSDB).
Após três horas de reunião, o governo se comprometeu em incluir os profissionais na lista de imunização contra a Covid. Para isso, uma comitiva composta por representantes dos trabalhadores e do governo foi formada. Em entrevista coletiva nesta terça, o governo anunciou que os motoristas e cobradores serão imunizados a partir do dia 18 de maio.
“Essa luta é antiga. Foram diversas tentativas, reuniões, protocolos, reportagens em tv, abaixo-assinado, tentando mostrar aos governantes a importância dos trabalhadores em transporte. Agora, finalmente, conseguimos. A vacina trará, sobretudo, esperança a todos”, comemorou o deputado federal e presidente do Sindmotoristas, Valdevan Noventa.
Entre os participantes da reunião estavam o secretário de Desenvolvimento Regional, Marcos Vinholi, o deputado federal e presidente do Sindmotoristas, Valdevan Noventa, o presidente do Sindicato dos Condutores de Guarulhos (Sincov), Orlando Maurício Júnior, e o presidente da Confederação Nacional de Transito Transporte e Logística (CNTTL), Paulo Estausia.
No último sábado (17), o governo Doria anunciou que iria incluir no grupo prioritário da vacina os trabalhadores do Metrô, incluindo os das linhas 4-amarela e 5- lilás que foram privatizadas, e da CPTM que lidam diretamente com o público. Entram no grupo todos os operadores de trens, independentemente da idade, e demais funcionários da operação, como seguranças, técnicos de manutenção e trabalhadores da limpeza, que lidam diretamente com o público, acima dos 47 anos.
Os sindicatos dos trabalhadores do transporte público coletivo enfatizam a importância de vacinar a categoria – que não parou nenhum momento desde o início da pandemia em março do ano passado – e que tem contato diário com centenas de milhares de pessoas por dia, colocando suas vidas em risco, bem como tornando-se também potenciais transmissores do vírus.
Segundo levantamento do Sindmotoristas, até o último dia 15 foram confirmadas 2084 contaminações na categoria e 167 mortes registradas. No Metrô foram 22 mortes entre seus funcionários, e cerca de 1.500 contaminados, segundo contagem do sindicato dos Metroviários, que também havia convocado “greve sanitária” para hoje. Entre trabalhadores da CPTM, estimativa do sindicato diz que já são quase 50 mortes entre os ferroviários.