A Petrobrás anunciou na quarta-feira (17) um aumento no preço do litro de óleo diesel de R$ 2,1432 para R$ 2,2470 (+R$ 0,10), uma alta média de 4,8%, nos seus 35 pontos de venda no Brasil, passando a vigorar partir desta quinta-feira.
O anúncio veio seis dias após a Companhia suspender o reajuste de 5,7% no preço do diesel, a pedido de Bolsonaro, segundo os noticiários.
O presidente da Petrobrás, Roberto Castello Branco, reiterou que “nós continuamos a observar rigorosamente a manutenção de preços alinhados com a paridade internacional. Nossa política é essa e vai continuar assim”.
O que mostra que uma suposta preocupação de Bolsonaro com o preço do combustível era só para inglês ver.
Segundo fontes ouvidas pela reportagem de O Estado de S.Paulo, sobre uma reunião com Castello Branco e alguns ministros, para debater o tema, Bolsonaro deu carta branca à estatal: “Eu não quero saber quanto e quando vai ser dado [o reajuste]”, teria dito.
Para a Associação dos Engenheiros da Petrobrás (Aepet), a política de preços alinhada à paridade internacional é uma política “escrava de um mercado essencialmente especulador”.
Na avaliação da Aepet, “há várias formas de estabilizar num nível razoável os preços do diesel, do gás e da gasolina sem subordiná-los às variações do preço do petróleo, mesmo porque temos um dos barris de petróleo mais baratos do mundo com uma tendência de ficarem ainda menores em razão da produção do pré-sal”.
Conforme a entidade, a política de preços da Petrobrás tem fixado preços internos acima dos preços de derivados da região do Golfo nos Estados Unidos, referência dos preços mundiais.
“Com isso viabilizaram a importação de derivados para o Brasil por parte das petroleiras internacionais, sobretudo norte-americanas, ao mesmo tempo em que se reduzia a produção das refinarias brasileiras. A conseqüência foi forçar a redução em 30% da capacidade de produção das refinarias da Petrobrás, abrindo mais espaço para as estrangeiras”, esclareceu a Aepet.
“O Paulo César Lima, ex-assessor legislativo, que foi petroleiro, fez um estudo na época da greve [dos caminhoneiros] mostrando que o litro de diesel custa para a Petrobrás entre R$ 0,92 e R$ 0,93, e estava sendo vendido por R$ 2,30. Então o lucro era superior a 150%. Dentro desse raciocínio, é perfeitamente viável conter o preço porque é um combustível social, responsável pelo transporte de pessoas, alimentos e gera um aumento generalizado em toda a cadeia”, destacou.
Castello Branco disse que Bolsonaro não ordenou o cancelamento do reajuste na semana passada, mas que telefonou para alertar sobre o risco de uma possível greve dos caminhoneiros.
O aumento médio de 4,8% no preço do litro do diesel deixou a categoria dos caminhoneiros insatisfeita, mesmo que não haja consenso, no momento, de como agir.
Lideranças dos caminhoneiros já haviam considerado insuficiente um pacote de medidas anunciadas pelo governo.
Sobre o aumento do combustível, uma parte dos caminhoneiros já fala em paralisação. “O governo pagou para ver. Agora só estamos vendo a data, mas será em menos de dez dias”, afirmou Wanderlei Alves, o Dedeco, ao Estadão.
Ele destacou que o preço do frete continua igual e os custos estão subindo. Para quem gasta 10 mil litros de diesel, como é o seu caso, o aumento de R$ 0,10 de quinta-feira representará R$ 1 mil a mais para o caminhoneiro.
Em mensagem enviada ao ministro Onyx Lorenzoni, um dos líderes dos caminhoneiros na Região Norte, Josué Rodrigues, aventou nova greve para o mês de maio: “Se não fizer valer o piso mínimo do frete, nós vamos parar, não tem jeito. Se não agir antes do dia 21 de maio vai ter uma paralisação sangrenta, pode ter certeza”.
Entre os caminhoneiros, tem também uma ala que prefere esperar um pouco mais.
Eita gente radical, o governo dá a mão e eles querem o braço.
Procurem saber o que o caminhoneiro Josué Rodrigues disse no vídeo que ele fez ontem. Bolsonaro está fazendo tudo que pode pelos caminhoneiros e irá fazer ainda mais. O Josué explica o caso da Petrobras e porque Bolsonaro não pode intervir nos preços devido leis que Lula criou que amarrou tudo, o PT escangalhou o país nos 13 nos que ficaram no poder e querem que Bolsonaro resolva tudo em 3 meses? Além disso 53% da Petrobrás não pertencem mais aos brasileiros, esse percentual é a proporção de ações da companhia que já estão nas mãos de estrangeiros, o governo não pode intervir nos preços dos combustíveis. Mas há outras soluções. Com o tempo tudo será resolvido.
Por que você acha que dizer a verdade é tão problemático para a sua crença no Bolsonaro? A maior parte das ações da Petrobrás com direito a voto – que são as que determinam a escolha da diretoria – pertencem ao governo federal. Por isso, ele tem o poder de determinar a política de preços da Petrobrás. Tanto assim que ela mudou duas vezes ao longo do governo Temer, depois da administração do PT, a qual, diga-se de passagem, nós não temos, no seu conjunto, em grande conta. Mas não existe nada que impeça a mudança da política de preços da Petrobrás, exceto a vontade do governo federal. E, se existisse, caberia ao governo remover o obstáculo. É para isso que existem os governos. Para governar.
A verdade é boa, leitor. Ajuda a gente a mudar de ideias.