O secretário especial de Cultura, Roberto Alvim, anunciou na sua rede social que “em maio, teremos a Semana Margaret Thatcher e Ronald Reagan, com apoio das embaixadas do Brasil em Londres e nos EUA”.
Ele informou que a “Presidente da Fundação Casa de Rui Barbosa, Letícia Dornelles, e o Embaixador Eduardo Prisco, do Itamaraty, trataram de eventos internacionais para 2020” e destacou essa paparicação, com dinheiro público, aos neoliberais Ronald Reagan e Margaret Thatcher como resultado dessa reunião.
A informação foi reproduzida no Twitter por Carlos Bolsonaro: “O Secretário Especial de Cultura do Governo Bolsonaro, @RobertoAlvim4, anunciou para maio de 2020, a Semana Margaret Thatcher e Ronald Reagan, com apoio das embaixadas do Brasil em Londres e nos EUA”.
A presidente da Fundação Casa de Rui Barbosa alegou que o motivo pelo qual irá promover exposições e palestras sobre a ex-primeira-ministra britânica e o ex-presidente norte-americano é que Rui Barbosa “era diplomata”. “As semanas “Países & Personalidades” vão nessa linha, do diplomata Rui. A razão de ser da FCRB é preservar o legado de Rui como um todo”.
Na cabeça dela, o legado de Rui Barbosa só tem efeito se for para bajular memórias de figuras como Reagan e Thatcher, que aplicaram em seus países políticas recessivas e antidemocráticas, contrárias ao pensamento do jurista, advogado, político, diplomata, escritor, filólogo, jornalista, tradutor e orador baiano.
As gestões de Reagan e Thatcher em seus países foram marcadas pela recessão, desemprego, arrocho salarial, impostos sobre a população e alívio tributário e financeiro para os monopólios financeiros e industriais. A “diplomacia” deles, alegada como inspiração pela presidente da FCRB, faria Rui Barbosa se insurgir indignado. A política externa deles era de porrada e bomba nos outros países que não seguiam as suas ordens.
Reagan bombardeou a Líbia e Thatcher enviou porta-aviões e canhões para roubar as Malvinas dos argentinos, só para dar dois exemplos.
O anúncio da bolsonarista Letícia Dornelles, afilhada política do pastor Marco Feliciano, aconteceu um dia depois dela exonerar os chefes dos Centros de Pesquisa, a Fundação Casa de Rui Barbosa. Ver Governo Bolsonaro exonera chefes de pesquisa da Casa de Rui Barbosa.
O governo de Bolsonaro tem sumidades, como Abrahan Weintraub, ministro da Educação que escreve “imprecionante” (sic) e é contra as universidades; Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente que é contra o meio ambiente; Ernesto Araújo, ministro das Relações Exteriores, que tem em Trump o salvador do ocidente; Damares Alves, ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, para quem meninas do Pará foram estupradas por não usarem calcinha.
Teve ainda um presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo (saiu do cargo por uma decisão judicial), que é a favor do racismo. E tem muito mais.
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