O setor público transferiu aos bancos sob a forma de juros R$ 390,3 bilhões – ou o equivalente a quase 6% do PIB (Produto Interno Bruto) nos últimos doze meses.
Os dados são de relatório do Banco Central (BC) divulgado nesta quarta-feira (28) e revelam também que apenas de janeiro a fevereiro, R$ 56,7 bilhões foram desviados para o pagamento de juros (considerando os governos central, estatais e governos regionais).
Ao mesmo tempo, o governo ameaça acabar com a Previdência em nome do controle de gastos; o Rio de Janeiro sofre com uma grave crise de segurança pública para onde recursos mínimos são destinados; o desemprego continua crescendo e o setor produtivo padecendo por falta de investimentos e a derrubada da demanda.
Na semana passada, o Ministério do Planejamento anunciou mais um corte – agora de mais R$ 2 bilhões – no Orçamento. Assim, as verbas contingenciadas pelo governo neste ano já somam R$ 18,2 bilhões. Dos R$ 3 bilhões necessários para suprir os custos da intervenção federal no Rio de Janeiro, apenas um terço foi empenhado.
Os parasitas do setor financeiro, neste meio tempo, nunca se beneficiaram tanto com a política de ajuste dos governos Dilma e Temer e não é por acaso que foi no último período de crise que os bancos tiveram os maiores lucros da sua história.