Só em janeiro, Castello Branco elevou o preço da gasolina em 13,4% e do diesel em 4,4% nas refinarias da Petrobrás
O presidente da Petrobrás, Roberto Castello Branco, declarou nesta quinta-feira (28) que o preço dos combustíveis no Brasil “não é caro nem barato, é preço de mercado”.
Mais uma vez Castello Branco submete a política de preços da Petrobrás a interesses das importadoras e tradings, acabando com qualquer possibilidade da estatal cumprir seu papel de reguladora dos preços no mercado interno em benefício da indústria, do comércio e do consumidor brasileiro.
Só em janeiro deste ano, em plena pandemia, o preço da gasolina já acumula alta de 13,4%. A direção da Petrobrás autorizou na terça-feira (26) mais um reajuste no preço médio da gasolina em 5,5% nas refinarias, que começou a valer no dia seguinte. Foi a segunda alta autorizada pelo governo Bolsonaro. O último reajuste, de 8%, foi realizado no dia 18 de janeiro.
A direção da estatal também aumentou o preço médio do diesel em 4,4%, ficando mais caro em R$ 0,09, na véspera da mobilização dos caminhoneiros, que reivindicam redução no preço do combustível, entre outras medidas.
Em evento virtual do banco Credit Suisse, Castelo Branco afirmou que seu compromisso é “acompanhar o mercado”. “Nós não vamos jogar o preço para cima ou para baixo diante de um núcleo de volatilidade”, declarou. Disse ainda que a insatisfação dos caminhoneiros com o preço do combustível “não é problema da companhia” e colocou a culpa na idade da frota e na condição das estradas.
Para entidades de caminhoneiros, o reajuste no preço do diesel precisa ser no mínimo a cada seis meses, e não semanal, o que torna impossível o trabalho dos caminhoneiros.
Na terça-feira (26), ao informar os novos reajustes, a direção da Petrobrás anunciou que “o preço médio de gasolina da Petrobrás para as distribuidoras passa a ser de R$ 2,08 por litro, refletindo um aumento médio de R$ 0,10 por litro. O preço médio do diesel, por sua vez, passará a ser de R$ 2,12 por litro, refletindo um aumento médio de R$ 0,09 por litro”.
Em nota, a direção reiterou que os preços dos combustíveis têm como referência os preços de paridade de importação (PPI). Ou seja, estão atrelados às variações dos valores dos produtos no mercado internacional e à taxa de câmbio, que desde o ano passado tem variado acima dos R$ 5.