O governo do Distrito Federal desmontou, na manhã de sábado (13), o acampamento do grupo arruaceiro e fascista “300 do Brasil”, pró-Bolsonaro.
O ato do governo de Brasília fez parte do programa DF Legal, promovido pela Secretaria de Estado de Proteção da Ordem Urbanística do Distrito Federal, para fiscalizar e combater construções ou estabelecimentos ilegais.
Segundo a secretaria, os manifestantes bolsonaristas ocupavam área pública na Esplanada dos Ministérios, o que não é permitido. “Houve diversas tentativas de negociação para a desocupação da área, mas, infelizmente, não houve acordo. Os acampamentos foram desmontados sem confronto”, informou.
O órgão do GDF ainda citou o decreto que estabelece medidas para combater a pandemia do coronavírus e que proíbe aglomerações com mais de 100 pessoas em eventos que precisam de autorização prévia do GDF.
A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros participaram e deram apoio à ação do GDF. Segundo a PM, não houve registro de ocorrências.
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Diante da ação, o pequeno grupo ficou gritando palavras de ordem contra o desmonte e berrando contra os ministros do Supremo Tribunal Federal. Eles ainda chamaram o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), de “fascista” e “comunista”.
A ativista do grupo, Sara Winter, pelas redes sociais, reconheceu que a ação da PM desmantelou o acampamento: “Barracas, geradores, tendas, TUDO TOMADO à força!”. “A Militância bolsonarista foi destruída HOJE”, admitiu ela, pedindo socorro a Bolsonaro, que também nada pôde fazer: “Presidente, reaja!!!”.
O grupo, que apesar do nome conta apenas com algumas dezenas de pessoas, é o mesmo que já havia instalado outro minúsculo acampamento na porta do STF e foi também deslocado de lá pela polícia.
No dia 30 de maio, esse mesmo grupo imitou os nazistas e o grupo racista e extrema-direita dos EUA, a Ku Klux Klan (KKK), e fizeram uma manifestação macabra em frente ao STF segurando tochas e gritando slogans ao estilo Goebbels contra a Corte e os ministros.
Ver As ligações de Sara Winter com o nazismo ucraniano e o Palácio do Planalto
Sara Winter assumiu em entrevista para a BBC News Brasil que o grupo possuía armas dentro do acampamento. Ela própria posa em foto portando duas armas. E confessou que fez treinamento terrorista com grupos nazi-fascistas na Ucrânia.
Para o Ministério Público Federal, em denúncia à Justiça, o grupo é uma “milícia armada”.
“Milícias não se subordinam à normatividade jurídica do Estado; seguem paralelas a ela ou em contraposição ao poder estatal. Não é necessário haver uniforme, distintivo, continência ou sinais de respeito à hierarquia, símbolos ou protocolos de conduta visíveis ou explícitos. Importa, e muito, o emprego paramilitar dos associados para finalidade política nociva ou estranha à tutela do Estado Democrático de Direito”, diz o MP.
Nas redes sociais, o deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) aplaudiu a ação do governo de Brasília.
“Meus aplausos entusiasmados, apesar da demora. Agora, precisa de indiciamento, persecução penal e cadeia para esses fascistas criminosos”, disse Orlando.
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