“Um país rico não pode ter trabalhadores pobres”, afirmou o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sanchez, ao anunciar uma elevação de 22% no valor do Salário Minimo que deve vigorar a partir do início de 2019.
Com este percentual, o valor do Mínimo passa de 858 euros para 1.050. Segundo o governo espanhol, este é o maior aumento desde 1977.
Junto com a mensagem, o governo anunciou que a elevação vai ser determinada por decreto, após a prevista aprovação pelo Conselho de Ministros cuja próxima reunião acontecerá dia 21 em Barcelona. A medida deve, no início do ano que vem, ir a votação parlamentar. A expectativa dos governantes é de que a medida ganhe apoio popular para levar a sua confirmação no parlamento.
O governo espanhol, que chegou ao poder em meio a intensa luta contra o arrocho imposto depois da crise financeira de 2008, provocada pela especulação desvairada com derivados de papéis em uma insustentável alavancagem em cadeia.
O Partido Socialista Espanhol, PSOE tem 84 dos 350 assentos no parlamento e fez uma aliança com o partido Podemos que detém 67 cadeiras, além de outros partidos menores para chegar à maioria capaz de formar o governo em 2 de junho deste ano.
Como de costume, a medida encontra oposição dos partidos neoliberais, Partido Popular e Ciudadanos, além de organizações empresariais.
A medida mostra que a pressão para vencer o arrocho imposto por uma Comissão Europeia dominada pela manutenção do predomínio dos interesses dos bancos começa a surtir efeito. Os assim chamados neoliberais, a serviço dos interesses da casta financeira acham absurdo a melhora das condições de vida do povo. É assim que o líder do PP, Pablo Casado, definiu o orçamento espanhol para 2019, que inclui a previsão de aumento do Mínimo, de “economicamente suicida”.