Ficou vazia a rua onde foi colocado o telão para que o público ouvisse o discurso recheado de mentiras do mais novo membro do Centrão
O evento da filiação de Jair Bolsonaro ao PL, nesta terça-feira (30), foi preparado com a expectativa de receber uma multidão, com direito a telão e tudo. Não apareceu ninguém a não ser os caciques do partido. Ao ser questionado sobre o fracasso de público, o presidente do partido, Valdemar da Costa Neto, culpou o tempo ruim pelo fiasco. “O tempo ruim atrapalhou”, disse ele.
A última pesquisa de opinião, do Instituto Atlas, divulgada na segunda-feira (29), mostrou que o número de brasileiros que aprovam o governo Bolsonaro caiu a 19%, número mais baixo desde que ele assumiu a presidência, em 2019. O desastre na pandemia e o descontrole total da economia, com explosão inflacionária e alto desemprego, jogaram para cima a reprovação ao governo. 60% dos entrevistados reprovam o governo.
É muita ingenuidade ou miopia política achar que um grande número de brasileiros iria prestigiar a entrada de Bolsonaro e sua família num partido que, até bem pouco tempo, ele póprio enchia o peito para dizer que era um “antro de corruptos”. Os eventos públicos de Bolsonaro ultimamente, aliás, têm sido marcados por xingamentos e vaias. O último, em Resende, no Rio de Janeiro, acabou na delegacia. Ele ficou irritado com os xingamentos e mandou prender uma mulher.
Enquanto a rua em frente, onde foi montado o telão para esperar os apoiadores, estava vazia, lá dentro os participantes do evento esbravejavam contra os adversários. O filho zero um do presidente, que conseguiu na última hora anular as provas de seu desvio milionário na Assembleia Legislativa do Rio, porque tem direito a foro privilegiado, atacou a candidatura de Lula e puxou o coro de “Moro traidor!”
O discurso e Bolsonaro não podia ser diferente. Foi recheado de mentiras, como ele sempre faz. A maior delas foi dizer que “terminamos 2020, ano da pandemia, com mais empregos formais do que em dezembro de 2019”. No mesmo dia, o próprio Caged, órgão do governo, divulgou dados que mostram que em 2020 foram fechados 190 mil empregos formais, ou seja, com carteira assinada. Isso sem contar os informais que, aos milhões, perderam suas fonte de renda.
Disse também, para variar, que sempre foi a favor de combater o vírus. Só que a realidade é bem diferente do que ele diz. Por causa de sua teimosia em contra o uso de máscara, de promover aglomerações de todos os tipos e de sabotar a compra das vacinas, mais de 614 mil brasileiros perderam a vida. Cerca de 60% deles poderiam ter sobrevivido, não fossem os desatinos e o negacionismo alucinados de Bolsonaro. Além de atrasar a compra das vacinas, ele fez campanha sistemática contra a vacinação da população.
Outra mentira foi dizer que em seu governo não há corrupção. O que ele fez foi esconder a corrupção aparelhando os órgãos de controle. Para abafar o roubo, interferiu na Polícia Federal e na Receita Federal. Foi o que aconteceu no caso de seu filho, Flávio Bolsonaro, que roubou R$ 6 milhões da Assembleia Legislativa do Rio, segundo o MP-RJ. Bolsonaro demitiu o Moro e acabou com o Coaf só porque esse órgão revelou as operações fraudulentas de Queiroz e de Flávio. O Planalto conseguiu impedir a continuidade da investigação.
Outro esquema criminoso que veio à tona a compra da vacina Covaxin. O líder do governo foi até citado pelo próprio presidente, como “comandante” do esquema criminoso. O servidor que denunciou o roubo à CPI da Pandemia e conseguiu, por causa disso, impedir o assalto, teve que sair do país e entrar num esquema de proteção de testemunhas por estar ameaçado de morte. Seu irmão, o deputado Luis Miranda (DEM-DF), que denunciou ao próprio Bolsonaro o esquema de propina, passou a ser perseguido e quase perdeu o mandato, vitima da tropa de choque governista.
Escândalos como a venda da carteira de créditos do BB para o BTG Pactual por 10% de seu valor e fato do Ministro da Economia, Paulo Guedes, ter R$ 50 milhões escondidos em contas secretas fora do país, para o presidente, não são atos de corrupção. Que fez isso deve ser um santo. A entrega criminosa de refinarias públicas para o governo dos Emirados Árabes também não é corrupção na forma de ver mafiosa de Bolsonaro.
Nós poderíamos ficar por muito tempo citando as mentiras ditas pelo “mito” na solenidade de filiação ao PL, como por exemplo, dizer que está muito preocupado com o meio ambiente, na mesma semana em que veio a público que o governo federal deu autorização para que criminosos condenados invadissem os rios do Amazonas para explorar ouro ilegalmente, mas o próprio fracasso de público do evento bolsonarista já é um sinal em si de que as pessoas não estão mais se deixando enganar como antes pelo discurso falso do “mito” da mentira.
apareceram apenas os idiotas que ainda acreditam nesse LIXO(bolsonaro) da “nova -velha” política do centrão, que se “casou” com costa neto(pl) em comunhão total de “bens públicos”.