
O presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin, irá junto a uma comitiva para o Rio Grande do Sul, neste domingo (10), para visitar regiões arrasadas pelas fortes chuvas que atingiram o estado por causa do ciclone tropical.
A ida da comitiva é mais um esforço do governo federal para ajudar a população vitima do ciclone. A decisão de envio das autoridades para acompanhar de perto a situação foi decidida nesta sexta-feira (08/09), após reunião com diversos ministros e secretários.
Seguindo orientações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está na Índia para a Cúpula do G20, foi criado um comitê permanente de apoio ao Rio Grande do Sul.
“Como disse ao governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, orientei o governo a estar de prontidão. Prontamente, Geraldo Alckmin e os ministros e ministras formaram um comitê permanente de apoio ao Rio Grande do Sul. Estamos atuando em todas as frentes. Maquinário, tratores, distribuição de 20 mil cestas de alimentos e kits de saúde para cerca de 15 mil pessoas. Além disso, o valor de R$ 800 por pessoa será disponibilizado às prefeituras para remediar os danos causados pelas fortes chuvas”, afirmou o presidente Lula pelas redes sociais.
“Nós deveremos descer em Lajeado e aí iremos a Roca Sales e, entre Lajeado e Roca Sales, a Arroio do Meio”, adiantou Geraldo Alckmin. Participaram da reunião desta sexta os ministros José Múcio (Defesa), Nísia Trindade (Saúde), Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar), Wellington Dias (Desenvolvimento Social) e Paulo Pimenta (Secom).
Alckmin já anunciou um suporte financeiro repassado às prefeituras. O valor é de até R$ 800 por pessoa desabrigada e serve para os municípios utilizarem em despesas com alojamentos provisórios, alimentação e abrigo. “O critério é por pessoa oficialmente atingida de cada município. O dinheiro é transferido para o município ajudar a atender as famílias desabrigadas”, afirmou Alckmin.
Sobre o envio de 20 mil cestas básicas e kits de saúde, Alckmin explicou que milhares de cestas já vão chegar em dois dias. “No domingo chegam as primeiras cinco mil. Essa é a primeira etapa, de um total de 20 mil cestas de alimentos. O Ministério da Saúde já encaminhou os kits de medicamentos para atender a até 15 mil pessoas. É um kit completo: seringas, equipamentos, remédios, antibióticos, soro”, detalhou.
Alckmin também ressaltou o papel das Forças Armadas nas operações de apoio desde o início da semana. “A Marinha e o Exército já encaminharam botes solicitados pelo governo do estado e já estão trabalhando na região. Há oito aeronaves disponibilizadas”, disse. Além disso, 450 militares das Forças Armadas estão atuando nas regiões, além do Batalhão de Engenharia presente com equipes e equipamentos (tratores e máquinas).
Além disso, o governo criou uma sala de situação permanente com 10 ministérios trabalhando em força-tarefa. Instalou o Comando Unificado das Forças Armadas para auxiliar nas operações. Enviou botes de resgate pela Marinha e Exército desde o início da semana.
O governo federal também enviou 450 profissionais das Forças Armadas para trabalhar nos resgates e enviou tratores pelo Batalhão de Engenharia. O Ministério da Saúde enviou kits de medicamentos para atender 15 mil pessoas. Além do restabelecimento de 15 antenas de comunicação das cidades atingidas e a antecipação do saque FGTS.
Para ajudar as comunidades atingidas por fortes tempestades no Rio Grande do Sul, a Defesa já mobilizou 642 militares, 8 aeronaves, 10 embarcações e cerca de 50 veículos. Os esforços conjuntos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, em apoio à Defesa Civil, são coordenados pela pasta a partir do Comando Conjunto Taquari, ativado na última quarta-feira (6), em Porto Alegre (RS). As ações se concentram nos municípios do Vale do Taquari, uma das regiões mais atingidas pelas chuvas.
As tropas atuam em diversas atividades, como busca e resgate de vítimas, evacuações aeromédicas, transporte de equipes e famílias, triagem e entrega de roupas e alimentos doados, distribuição de água potável e fornecimento de alimentação aos bombeiros em campo e aos demais órgãos participantes. Equipes da área de Engenharia também se revezam para desobstruir vias e retirar entulhos.
Em atendimento à solicitação da Secretaria Estadual de Saúde, foram enviados nove médicos militares para atuar na regulação pré-hospitalar de urgência, em coordenação com o Departamento de Regulação do Estado (DRE)/Samu.
TRAGÉDIA ANUNCIADA
Há duas semanas, o governo federal havia mapeado 10,6 mil pessoas em áreas com risco de desastre natural em três cidades gaúchas onde, nesta semana, morreram 18 pessoas por causa do ciclone extratropical que atingiu o estado. Ao todo, 41 pessoas foram mortas e outras 46 estão desaparecidas no Rio Grande do Sul.
Os dados foram reunidos pelo Serviço Geológico do Brasil, ligado ao Ministério de Minas e Energia, no último dia 25. O ciclone começou a deixar desabrigados no Rio Grande do Sul em 4 de setembro.
Muçum (RS) é a cidade com o quadro mais dramático, com 15 mortos e 30 desaparecidos. No fim do mês passado, o governo federal havia identificado nove áreas de risco alto no município: cinco com risco de inundação, três de deslizamento, e uma de erosão. Ao todo, 1,3 mil pessoas estavam em risco, de acordo com o Serviço Geológico do Brasil.
Estrela (RS), com duas mortes, tem 15 áreas de risco, sendo dez de risco muito alto. São 13 riscos de inundação, e dois de erosão. Saldo total reunido pelos técnicos do governo federal: 5,1 mil pessoas em áreas de risco.
Em Encantado (RS), uma pessoa morreu. Naquela cidade, o Serviço Geológico do Brasil havia rastreado 15 áreas de risco, incluindo dez de risco muito alto. São 13 áreas com perigo de inundação, e outras duas de erosão. O governo federal registrou 5,1 mil pessoas vivendo em áreas de risco.