Coordenador do Fórum dos Governadores destacou que havia possibilidade de compra das vacinas da Pfizer, Janssen, Sputnik, Sinovac e Sinopharm de agosto à novembro do ano passado
O governador do Piauí e coordenador do Fórum Nacional dos Governadores na temática das vacinas contra a Covid-19, Wellington Dias (PT) afirmou na madrugada desta segunda-feira (17), em entrevista ao programa Canal Livre, da TV Band, que o Brasil perdeu oportunidades de compras de vacinas em 2020 para além da Pfizer.
Dias citou contratos não firmados para a aquisição de imunizantes da Janssen, da Sputnik, da Sinopharm e até mesmo da Sinovac, que produz a CoronaVac no país em parceria com o Instituto Butantan. Na avaliação do governador, o Plano Nacional de Imunização (PNI) do governo federal contra o novo coronavírus fracassou.
“E fracassamos porque o Brasil perdeu as oportunidades. O contrato com a Pfizer, a Janssen, a Sputnik, mais contrato com a Sinovac, com a Sinopharm. Tudo isso em agosto, setembro, outubro e até novembro de 2020 ainda era possível”, declarou o governador.
O fato de o governo Jair Bolsonaro ter ignorado as ofertas de vacinas da Pfizer em 2020 foi um dos grandes temas da CPI da Covid ao longo da semana passada. O ex-secretário de Comunicação da Presidência Fabio Wajngarten apresentou aos senadores do colegiado uma carta da farmacêutica, endereçada à cúpula do Executivo federal, ofertando imunizantes contra o novo coronavírus.
O primeiro lote seria entregue ainda em 2020, mas o Palácio do Planalto ignorou a carta por meses e, com isso, a Pfizer só conseguiu entregar as primeiras vacinas contra a covid-19 ao país no final de abril.
Ainda não há luz no fim do túnel
Em outra entrevista, desta vez ao Congresso em Foco, Wellington Dias falou sobre os desafios dos estados e municípios na pandemia, a gestão do governo federal e as expectativas para os novos passos da CPI da Covid.
Segundo o governador, a comissão deverá esclarecer os trilhos seguidos pelo governo desde o ano passado. Ele também classifica que a falta de acompanhamento da ciência no tratamento da pandemia foi um agravante para o país. “São falhas que tiveram um impacto no nível de mortalidade que chegou ao Brasil”, aponta.
Dias destaca a importância da maturidade, sem distinção de partido político ou região, para o Brasil proporcionar um plano de imunização à sociedade.
“A existência de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) em meio uma guerra mundial, onde o inimigo comum é o coronavírus, já mostra que há uma situação completamente diferenciada no Brasil. O que estamos vivendo não é uma guerra com canhões, com arma aumento, com bombas, mas é uma guerra que tem um nível de mortalidade das mais elevadas. Nós estamos ultrapassando 1,5 milhão de óbitos no mundo. Estamos nos aproximando de 430 mil óbitos no Brasil. Olhando para frente, ainda não há uma luz no final do túnel”, disse Dias.