Desde a primeira erupção no dia 3 de junho, a Guatemala contabiliza mais de 110 mortos e 200 desaparecidos devido à ação irresponsável do governo que ignorou os pedidos de evacuação para fugir dos rios de lava vulcânica. A maioria das pessoas foi queimada viva pela ação do vulcão Fuego, no oeste do país.
Com o passar dos dias vai ficando cada vez mais evidente a negligência criminosa do governo antes do possível desastre, bem como a indiferença em relação ao sofrimento e às mortes. O fato é que erupções significativas e cada vez mais explosivas foram claramente captadas, o que indicava a necessidade de reassentar comunidades que se encontravam no caminho dos canais conhecidos de materiais vulcânicos.
No domingo em que ocorreu a erupção, às 6 da manhã, o Instituto Nacional de Sismologia, Vulcanologia, Meteorologia e Hidrologia (Insivumeh) chegou a emitir um boletim alertando sobre os riscos, uma vez que foram notados “ruídos constantes semelhantes a uma locomotiva”. A situação fez com que o instituto recomendasse à Coordenadora Nacional para a Redução de Desastres (Conred) que emitisse o nível de alerta “necessário”. Outro boletim às 10h05 apontou para o agravamento da situação e que, portanto, seria “inadmissível ficar dentro ou perto destes canais devido à erupção”. Às 11:00 o Conred tuitou criminosamente: “Por enquanto, as evacuações não são necessárias”.
Alicia García, 52 anos, uma avó que morava em San Miguel Los Lotes, disse que representantes do Conred chegaram a visitar sua comunidade naquela manhã para tirar fotos do vulcão “que estava trovejando muito desde o domingo anterior” e acalmar as preocupações. “Então, não precisávamos sair, e só precisávamos nos trancar em nossas casas, foi o que eles nos disseram”, denunciou.