Os desembolsos do BNDES, conforme o jornal Valor, com base em levantamento da FIPE, demonstra uma queda vertiginosa da participação do banco no conjunto dos investimentos em 2017. Os desembolsos do banco responderam por 5,3% do financiamento da formação bruta de capital fixo (FBCF, conta que mede os investimentos na economia) em 2017, após três anos em queda.
Estudo do Centro de Estudos do Mercado de Capitais (Cemec) da Fipe, mostra que os desembolsos do BNDES representavam 15,2% dos investimentos em 2014. Naquele ano, as liberações somaram R$ 187,8 bilhões, lideradas pela infraestrutura. No ano seguinte, o governo reduziu subsídios ao banco. Desde então, essa proporção recuou paulatinamente: 11% (2015), 6% (2016) e 5,3% (2017).
O setor mais prejudicado com essas reduções foi a indústria de transformação. Em 2017 absorveu apenas 20,3% do total de desembolsos, quando em 2016 chegou a receber 32,4% dos mesmos, ou ainda em relação a média de 2013 a 2015 que foi 26,7%.
O BNDES vem sofrendo há anos por um processo que vem comprometendo o desempenho de suas funções como o grande banco de fomento do país.
Primeiro foi a abertura de financiamentos para empresas estrangeiras, segundo, foi fazer dele um financiador das privatizações, desde o governo FH passando pelos governo do PT. Depois foi colocá-lo a serviço do delírio das multinacionais brasileiras e, ao dirigir os desembolsos para monopólios e carteis, subordiná-lo à lógica do sistema de corrupção nos governos Lula e Dilma.
Agora, para pagar juros aos bancos, Temer e Meirelles impõem a devolução antecipada de empréstimos ao Tesouro Nacional. R$ 100 bilhões em 2016. No segundo semestre de 2017 serão mais R$ 50 bilhões e mais R$ 30 bilhões no semestre em curso. Até o final de ano pressionam pela devolução de outros R$ 100 bilhões.
J. AMARO