Governo impõe sigilo sobre visitas de lobistas e Wassef a Bolsonaro

Frederick Wassef era assíduo no Planalto. Aqui está ele numa solenidade com Bolsonaro. Foto: Marcos Corrêa - PR
Presença de lobistas de medicamentos, armas e de energia com Bolsonaro tem informações escondidas

O governo decidiu impor sigilo à divulgação da agenda de Jair Bolsonaro no Palácio da Alvorada, para não responder às solicitações feitas por deputados federais sobre as datas das visitas do advogado Frederick Wassef à residência oficial do presidente da República.

Ex-advogado de Flávio Bolsonaro e proprietário do imóvel onde Fabricio Queiroz foi preso, no mês passado, Wassef era um frequentador habitual do Palácio do Planalto e do Palácio da Alvorada.

Queiroz, que está em prisão domiciliar, é investigado por suspeita de comandar um esquema de “rachadinha” no gabinete de Flávio Bolsonaro, filho mais velho do presidente e atual senador pelo Republicanos do Rio de Janeiro, quando ele era deputado estadual na Alerj.

A resposta do governo negando o pedido foi divulgada na quarta-feira (22) pelo jornal O Estado de S. Paulo. Segundo a publicação, o mesmo aconteceu quando a Câmara fez oito solicitações a fim de saber se houve visitas de lobistas à residência oficial do chefe do executivo.

Apesar da divulgação dos compromissos de autoridades estar garantida por lei, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) argumenta que manter o sigilo dos encontros preserva a segurança de Bolsonaro. No ofício encaminhado à Câmara, o chefe do GSI, Augusto Heleno, alegou que os registros de acesso às dependências presidenciais deveriam ser mantidos em sigilo. 

“Os registros do corrente ano são classificados com o grau de sigilo reservado”, argumentou Heleno, destacando que o Palácio do Jaburu e a residência oficial da Granja do Torto também se enquadram no quesito “reservado”. 

Um dos argumentos apresentados pelo GSI é que o órgão não dispõe de um sistema eletrônico do qual possa extrair automaticamente os registros do controle de acesso às residências oficiais de Bolsonaro e do vice-presidente, Hamilton Mourão. De acordo com a justificativa, o registro das pessoas que acessam os palácios é “lançado manualmente” em livros. 

“Para digitalizar as informações relativas ao período solicitado, teria que envolver 50% da sua força de trabalho durante quase três semanas”, disse o GSI. Segundo o ministério, o envio das informações digitalizadas “realmente tornaria o pedido desproporcional, acarretando um custo desnecessário para a administração pública, com a alocação de parte relevante de sua força de trabalho”.

No entanto, em relação aos governos anteriores os registros estão disponíveis para consulta.

O sigilo tem sido aplicado também aos cidadãos que, através da Lei de Acesso a Informação, procuram informações sobre quais autoridades, representantes de empresas ou advogados frequentam os palácios do Poder Executivo. Entre os requerimentos negados pelo GSI estão solicitações ligadas à presença de lobistas dos setores de armas, de medicamentos e também de energia.

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