O senador Alvaro Dias (Podemos/PR) que a CPI da Petrobrás, instalada em julho de 2009 no Senado, foi “totalmente dominada pelo governo” e, por isso, foi adotada a estratégia de apresentar um relatório paralelo com as principais suspeitas de corrupção envolvendo a estatal. Em depoimento ao juiz Sérgio Moro, na terça-feira (21), ele revelou detalhes sobre as investigações.
“A CPI foi totalmente dominada pelo governo, naquilo que nós chamamos de ‘abafa CPI’. Foi impossível aprofundar as investigações. Por isso nós apresentamos um relatório paralelo com os principais casos de corrupção”, disse.
Segundo o senador, as principais denúncias de irregularidades foram encontradas nos contratos com as refinarias Abreu e Lima (Pernambuco) e Getúlio Vargas (Paraná). Ele contou que em Abreu e Lima houve “um superfaturamento recorde”. “Em menos de três anos, os investimentos inicialmente estimados em US$ 4 bi, passaram para US$ 12 bi com claro superfaturamento”, apontou.
“Foram identificadas ao menos 12 indícios de irregularidades”, comentou. A CPI tinha seis meses para apurar irregularidades na estatal e na Agência Nacional de Petróleo, no entanto, os políticos fizeram “vistas grossas”.
Questionado sobre a “operação abafa”, Alvaro Dias falou que “especulações sempre existiram, boatos sempre existiram, mas eu não posso afirmar se esse foi o instrumento utilizado para abafar a CPI”. “Também não posso afirmar que não tenha havido o pagamento de propina, porque boatos existiram”, disse.