Itamaraty espera resgatar entre 20 e 30 pessoas das bombas de Israel
As pressões do governo brasileiro fizeram Israel retirar o veto contra 16 brasileiros e familiares para deixarem a Faixa de Gaza e serem repatriados.
Contudo, Israel manteve veto sobre outras oito pessoas, forçando seus familiares a permanecerem na região que está sendo bombardeada.
A expectativa do Itamaraty é que no próximo voo de repatriação entre 20 e 30 pessoas possam ser resgatadas.
Depois da primeira missão de repatriação, que trouxe 32 brasileiros, o Brasil enviou para Israel uma lista com outros 102 nomes de pessoas que deveriam deixar a Faixa de Gaza em direção ao Egito, onde seriam resgatados pela Aeronáutica brasileira.
Israel vetou a saída de 24 brasileiros e familiares que estavam nessa lista. O resultado do veto foi que várias pessoas que tinham autorização desistiram de deixar Gaza para não abandonarem seus parentes.
Por isso, somente 48 brasileiros estiveram no segundo voo, que chegou ao Brasil no dia 11 de dezembro.
Ainda não há data para a nova missão da Operação Voltando em Paz, mas o Ministério das Relações Exteriores estima que entre 20 e 30 pessoas conseguirão voltar para o Brasil.
O chanceler Mauro Vieira falou pessoalmente com Eli Cohen, ministro das Relações Exteriores de Israel, para que os vetos contra os brasileiros fossem revistos.
Os dois se encontraram na embaixada do Brasil em Buenos Aires, no dia 9 de dezembro, por ocasião da posse do presidente da Argentina, Javier Milei. Cohen prometeu que iria falar com os órgãos de segurança para revisar os vetos.
As famílias brasileiras que estão presas na Faixa de Gaza já se deslocaram para cidades mais ao sul, como Rafah e Khan Younis, para se protegerem das bombas lançadas por Israel contra alvos civis e ficarem mais perto da fronteira com o Egito.
A Embaixada brasileira na Palestina alugou imóveis para que elas possam ficar enquanto esperam a autorização para deixar Gaza.
Segundo a Agência da ONU na Palestina (UNRWA), 60% de toda a infraestrutura na Faixa de Gaza foi destruída ou danificada por Israel. Os ataques forçaram o deslocamento de 1,9 milhão de pessoas, representando mais de 85% da população.
Aproximadamente 20 mil palestinos já foram assassinados por Israel desde o começo da guerra. Outras 52.586 pessoas ficaram feridas.