
Para entidades, “proposta mantém a política salarial de congelamento salarial do governo Bolsonaro, o que merece amplo repúdio de 1,2 milhão de servidores federais ativos, aposentados e seus pensionistas”.
Na última reunião do ano da Mesa Nacional de Negociação Permanente com os servidores federais, nesta segunda-feira (18), o governo manteve a proposta de congelamento salarial em 2024. O anúncio revoltou os representantes dos servidores, que, desde o início das negociações, esperam a apresentação de uma política salarial de reposição das perdas acumuladas nos últimos anos.
Representando o Ministério da Gestão e Inovação, o secretário da pasta, José Lopez Feijóo, confirmou que o governo não vai dar reajuste salarial aos servidores em 2024.
Durante a reunião, o secretário alegou “dificuldades orçamentárias” e ofereceu recompensas, como auxílio-alimentação de R$ 658 para R$ 1 mil; a contrapartida dos planos de saúde de R$ 144 para R$ 215; e o auxílio-creche de R$ 321 para R$ 484,90.
Para o presidente do Fonacate, Rudinei Marques, a proposta “mantém a política de congelamento salarial do governo Bolsonaro, o que merece amplo repúdio de 1,2 milhão de servidores federais ativos, aposentados e seus pensionistas”.
De acordo com Rudinei, outro agravante é que, “como aposentados e pensionistas não recebem auxílio alimentação nem auxílio creche, a proposta se reveste de um etarismo perverso, pois excludente em relação a esse segmento”.
“É uma proposta divisionista, exclui 51% dos servidores que estão aposentados”, afirma o presidente da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal, Sérgio Ronaldo.
Para a presidente do Sinditamaraty e representante da Nova Central Sindical de Trabalhadores, Ivana Vilela, “os aumentos dos auxílios alimentação, saúde e creche são bem-vindos, mas não alcançam nem de longe as reais necessidades dos servidores”.
“A Mesa Nacional de Negociação Permanente não conseguiu avançar em sua proposta inicial. Os servidores esperavam uma negociação ativa sobre as perdas inflacionárias e aumentos salariais”, disse.
“O problema não é somente o servidor na ativa. Impacta também fortemente as aposentadorias, pois aposentados não receberão nada. A expectativa era que o novo governo abriria um novo e melhor capítulo para a vida dos servidores”, completou Ivana.