
Pela primeira vez, desde 1995, Porto Alegre não terá passe livre no transporte público em um dia de eleições. O motivo é a redução do número de dias do benefício previsto em uma lei daquele ano, que criou o passe livre no sistema de transporte coletivo da Capital. O pleito de 2022 está previsto para ocorrer neste domingo (2).
O projeto pelo fim do passe livre, foi uma lei aprovada ainda em 2021 em Porto Alegre, deixando apenas duas datas (Nossa Senhora de Navegantes e vacinação) para o uso sem custos do transporte público.
Por conta da nova legislação, milhares de pessoas que precisarão se deslocar para participar das eleições do próximo domingo terão que pagar pela viagem até às zonas eleitorais na Capital.
“Entendemos ser imprescindível extinguirmos o passe livre nas datas em que ocorrem eleições, uma vez que não persiste situação fática que justifique a necessidade de tal isenção. Isto porque a ampla distribuição geográfica das seções eleitorais no município de Porto Alegre atualmente permite aos eleitores votarem em local próximo à sua residência, o que afasta a necessidade de uso do transporte coletivo em tais deslocamentos”, diz a justificativa da prefeitura no projeto de lei que retirou eleições das datas cobertas pelo benefício.
Para Vitória Cabreira, ex-vereadora e coordenadora nacional do projeto Sobre Nós, Sebastião Melo age contra a democracia e contra o povo gaúcho.
“A decisão do prefeito Sebastião Melo vai na contramão do discurso em defesa da democracia. Há anos o nosso povo não precisa pagar a passagem para votar e agora, que Bolsonaro está ameaçado, o prefeito veta esse direito”, disse.
“Estamos através dos movimentos sociais e parlamentares questionando a prefeitura e dialogando com o MP para garantir que ninguém precise pagar para votar. Vamos reverter essa decisão e garantir o direito ao passe livre no dia 02 de Outubro”, afirmou Vitória.
O assunto também veio à tona e gerou diversas manifestações pelas redes sociais.