A Força Nacional reforçou a segurança na aldeia indígena do Paraná, onde quatro pessoas foram baleadas, incluindo uma criança e um adolescente, nos últimos dias de 2024. A Polícia Federal (PF) investiga os ataques.
Segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), os ataques, atribuídos a agricultores, persistem. “Na avaliação dos indígenas o ataque foi surpresa, mas muito bem planejado pois há vestígios e rastros dos pneus de motos em vários locais do tekoha”, informou o Cimi.
De acordo com os indígenas da comunidade Avá-Guarani, os ataques ocorreram na sexta-feira (3), cerca de 21 horas. Eles contam que homens mascarados invadiram o local disparando com pistolas e espingardas.
“Esses ataques sempre acontecem durante a noite, acontecem por pontos estratégicos onde a Força Nacional não está”, afirmou o representante indígena Okaju.
Conforme informações do Cimi, a região é alvo de uma disputa histórica entre fazendeiros e indígenas. Ações na Justiça discutem quem tem direito às terras.
Segundo a PF, que abriu uma investigação para apurar os ataques, até agora nenhum suspeito foi identificado. Esse foi o quarto ataque na última semana. No dia 31 para o dia 1º, uma casa foi incendiada.
Lideranças indígenas afirmam que já haviam alertado os órgãos de segurança sobre a tensão e insegurança na região.
“Nós nos vimos num momento em que não temos segurança nenhuma. A comunidade não tem segurança, as mulheres, as crianças. O mais preocupante é que não sabemos qual casa será a próxima”, afirmou a representante da comissão da Mulher Indígena, Vilma Vera.
O Ministério da Justiça afirmou em nota, que determinou o aumento de 50% no efetivo da Força Nacional na área e que equipes foram enviadas à região para intensificar o patrulhamento.
Os dois adultos feridos no ataque continuam internados em um hospital e o estado de saúde deles é grave.O adolescente já recebeu alta e o menino, que levou um tiro na perna, também voltou para casa.os e rastros dos pneus de motos em vários locais do tekoha”, informou