O ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, afirmou que o presidente Lula tem razão ao não sacrificar o país, submetendo-o à proposta de déficit zero como meta fiscal, e buscar investimentos públicos para fazer a economia crescer.
O ministro disse que o presidente da República “não vai aceitar é matar a galinha dos ovos de ouro”, o crescimento, para atolar o país no déficit zero.
“Quando você adota uma medida radical de cortes, reduz a capacidade de investimento, e isso tem impacto na própria meta de crescimento econômico”, disse Wellington Dias em entrevista ao jornal Valor.
Em reunião com ministros na sexta-feira (3), o presidente Lula disse que o governo vai garantir os investimentos necessários para o país voltar a crescer e que “dinheiro bom é dinheiro transformado em obras”.
“Para quem está na Fazenda, dinheiro bom é dinheiro que está no Tesouro, mas para quem está na Presidência dinheiro bom é dinheiro transformado em obras. É dinheiro transformado em estrada, em escola, em escola de primeiro, segundo, terceiro grau, saúde”, disse o presidente aos ministros.
“Se o dinheiro estiver circulando e gerando emprego, é tudo que um político quer e que um presidente deseja”, acrescentou Lula ao falar do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), que reúne uma cartilha de empreendimentos em infraestrutura com previsão de investir R$ 1,7 trilhão até 2026.
Wellington Dias declarou que Lula “sabe a importância de investimentos públicos somando-se a investimentos privados para alavancar a economia”. “O que ele diz é que é preciso fazer a economia crescer, porque com a economia crescendo cresce também a receita e ajuda no equilíbrio das contas”.
“Quando você adota uma medida radical de cortes, reduz a capacidade de investimento, e isso tem impacto na própria meta de crescimento econômico”, criticou o ministro.
“Na minha visão, isso é uma avaliação correta do presidente Lula: quando trabalha um programa como o de habitação para os mais pobres, para a classe média, tem um efeito multiplicador na economia”.
“Do outro lado, à medida que você faz investimentos em áreas como saúde, saneamento, ela também tem um efeito econômico, reduzindo a própria despesa. Essa posição dele, com certeza, mais à frente, vai levar uma decisão sobre a meta fiscal”, acrescentou.
O ministro salientou que é importante o equilíbrio das contas públicas, porém “o presidente não vai aceitar é matar a galinha dos ovos de ouro”. “A política de somar investimento público para criar um ambiente favorável à multiplicação com investimentos privados vai prosseguir”.